Atenção: o texto a seguir contém spoilers de Star Trek: Discovery.
O mais recente episódio de Star Trek: Discovery foi palco de muitas reviravoltas, e o fim de Gabriel Lorca (Jason Isaacs). Pelo menos, sua versão do Universo Espelho.
O capitão, descoberto como o Lorca do Universo Espelho, quase atingiu seu objetivo de derrubar a Imperadora Georgiou (Michelle Yeoh), apenas para ser morto por ela após uma intensa batalha mano-a-mano, em um chocante desfecho de episódio. Pois é, parece mesmo que Star Trek matou um de seus personagens principais.
Em entrevista ao Entertainment Weekly, Isaacs revelou que sabia o segredo de Lorca desde antes de aceitar o papel. Isso lhe deu a possibilidade de deixar as coisas ambíguas para o público — de que ele queria desde o início trazer Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) para o seu lado. E, segundo ele, há uma infinidade de dicas ao longo da temporada.
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"Por que diabos eu pegaria essa prisioneira [Michael Burnham], essa amotinada, mudar o rumo de sua nave e promovê-la além de sua capacidade, desafiando todos os outros na Frota Estelar? Se não para criar lealdade porque eu tinha um plano de longo prazo para ela. Ela é ótima, mas ninguém é tão bom assim", disse ele, comentando sobre outros detalhes que podem desvendar o mistério. "O fato de que Almirante Katrina Cornwell [Jayne Brook] e eu, que não consigo lembrar as situações a que ela se refere. E eu durmo com um phaser de uma maneira paranóica. E quando parece que ela pode tirar a nave de mim, eu a envio a uma armadilha que devo ter percebido ou organizado", comentou, se referindo a quando Cornwell foi capturada pelos Klingons em uma missão supostamente diplomática.
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"E então tem o fato de forçar Stamets [Anthony Rapp] a fazer um monte de saltos que eram desnecessários e o mapeamento que eu estava fazendo em particular. Eu estava preparado para quebrar as regras e diretrizes da Frota Estelar. E mesmo quando volto no mundo Espelho fingindo ser o Lorca do Prime que está fingindo ser o Lorca do Espelho — se você pode seguir essa lógica — e quando Burnham chega e diz que eles estão me pedindo para matar as pessoas no planeta e eu digo: 'Apenas faça'. Não tenho certeza de que Kirk [William Shatner/Chris Pine] ou Picard [Patrick Stewart] tenham feito isso. Este é um cara que está de olho no prêmio há muito tempo, e ele fica muito perto."
O ator de Harry Potter e The OA ainda admitiu que o maior erro de Lorca foi ter subestimado Michael Burnham, e ainda ser apaixonado pela versão Espelho dela. "No final, ele não havia lido Burnham corretamente. Ele pensou que ela era prática, pragmática, depois de ter feito decisões imediatas, que ela veria que a melhor opção para ela era ficar e ajudá-lo a governar este império e talvez ela pudesse comprar a filosofia racista que ele segue - a falta de assimilação e que o mundo é mais saudável e melhor quando aqueles que são poderosos e fortes o dominam e os fracos são mantidos de cabeça baixa. Ele é cegado por esse tipo de intolerância, e isso nunca vai colar com ela."
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Para ele, o ponto alto do episódio foi a cena de luta com a personagem de Michelle Yeoh. "A luta foi épica e filmada em um dia", comentou ele. "Michelle é uma lutadora brilhante e pode lutar seis vezes mais rápido que minhas pálpebras funcionam, por isso foi difícil acompanhá-la e parecer que eu estava lutando contra ela e não só apanhando dela. Além disso, ela também é muito delicada, então, quando eu mexi pernas e os braços ao redor dela, estava tomando cuidado para não quebrar essa criatura extraordinária. Ela acabou com muitos hematomas."
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"O que foi uma surpresa foi Sonequa porque eu não a tinha visto lutar; obviamente, todos nós vimos a Michelle lutar", continuou ele. "Eu confundi Sonequa várias vezes com seu dublê no meio da sala, porque ela se move com linhas tão limpas e energia dinâmica. Ela parece uma versão da Nintendo de si mesma. A coisa mais difícil é encontrar momentos na luta para se envolver emocionalmente um com o outro. Eu [Lorcsa] não quero matar [Burnham], é a última coisa que quero; eu tenho esse plano na minha cabeça há muito tempo. E é essa pausa que me faz morrer porque não aproveito a oportunidade para quebrar o pescoço dela ou o que quer que seja."
Isaacs comentou que ainda não tem informações se voltará a aparecer, afinal, assinou para somente uma temporada. Entretanto, ele afirmou que se fizer outra temporada, certamente será como o Lorca do Universo Prime, pois não há muita salvação para o do Espelho depois de ser desintegrado. "Se eu fizer outra temporada, sei que não vou mais ter que vestir essa jaqueta de couro. Aconteceu que eu tive que redublar todas as vozes que fiz durante aquelas cenas porque [a jaqueta] fez barulho como uma cama enferrujada em um bordel", brincou ele.
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O ator nem se arrisca especular como seria se o Lorca do Prime aparecesse. Ainda assim, ele acredita que as pessoas no Universo Espelho não são tão diferentes do Universo Prime. "Se você ouve os Klingons antes, e então você ouve os Terrans falarem sobre sua identidade nacional e o medo da assimilação e, em seguida, a posição de Lorca de que há certas raças que deveriam estar no comando, reflete o hediondo racismo divisivo que ouvimos ao redor nós agora. Um dos valores de se ter o mundo Espelho é dizer: 'Essas pessoas que pensam essas coisas, elas não são pessoas de outro planeta, são nós, mas permitindo que o preconceito apareça e que acreditem em algumas coisas odiosas que ouvimos'", disse ele.
E completou: "Então o Lorca do Espelho não é tão diferente do Lorca do Prime, da mesma forma que nenhum de nós é tão diferente da versão Espelho de nós mesmos", disse ele à EW. "É apenas uma questão de nossa atitude no dia. Eu tenho que dizer, muitas vezes, especialmente se eu não tomar cafeína pela manhã, sou a versão Espelho de mim mesmo", completou, em entrevista ao TVLine.
Star Trek: Discovery está disponível na Netflix, com novos episódios todas as segundas-feiras.
