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    Janela de Cinema 2017: Primeiras impressões sobre Fãtásticos, nova série brasileira de terror

    Uma história sobre contadores de histórias.

    Além dos longas e curtas-metragens, muitos deles dedicados ao cinema de gênero, o X Janela Internacional de Cinema do Recife ofereceu ao público a oportunidade de descobrir uma nova série: Fãtásticos, produção pernambucana de terror que estreia em 2018, ainda sem data definida. 

    O projeto dirigido por Henrique SpencerAndré Pinto se divide em seis episódios, cada um com duração de 45 a 50 minutos. No centro da trama estão quatro amigos (Marcello Trigo, Pedro WagnerEvandro Lira e João Vigo) interessados em histórias de terror. Eles têm o costume de se reunir para compartilhar lendas urbanas e mitos, mas um dia são chamados por Allan (Marcelo Trigo) para uma ideia nova: criar os episódios de uma antologia literária de terror.

    Vale lembrar que o piloto, "Mancupium", ainda é um trabalho não finalizado, no qual se percebe a necessidade de retoques na montagem e na correção de cor, por exemplo. Mesmo assim, é possível identificar os rumos que a série vai adotar, misturando terrores de todos os tipos e fazendo com que as ficções criadas pelos personagens influenciem suas vidas pessoais.

    Por um lado, Fãtásticos efetua um bom trabalho ao apresentar as características principais dos personagens e seus centros de interesse. As discussões metalinguísticas sobre ponto de vista e motivações dos personagens criados devem se comunicar bem com os apreciadores de histórias de gênero. Além disso, é um bom desafio unir a literatura e o cinema.

    Por outro lado, o roteiro se enfraquece pelos diálogos explicativos e pela indefinição do tom. No que diz respeito aos diálogos, muitos deles são escritos demais, servindo mais para explicar algo ao espectador do que fazer caminhar a narrativa. Quando Allan joga na cara dos amigos as dificuldades de cada um, ele o faz com uma clareza dedicada apenas a informar o espectador. Quando outro amigo declara "Eu gosto muito de fotografia", isso soa estranho, afinal, como os colegas próximos não saberiam deste fato?

    Além disso, como experiência de terror, o piloto não diz muito bem a que veio. Ele não envereda pelo gore, nem pelo suspense psicológico. Existem sugestões tímidas de aparições sobrenaturais, mas as histórias sugeridas pelos quatro amigos são abandonadas antes de um gancho atraente ao público. É possível que elas se desenvolvam nos próximos capítulos, é claro, mas levando em consideração a função do piloto em fisgar o espectador, o resultado não é muito bem-sucedido. 

     

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