Atentados recentes nos Estados Unidos provocaram o adiamento da série O Justiceiro, por seu teor e comportamento violento do próprio protagonista, Frank Castle (Jon Bernthal). Intérprete de seu ex-parceiro nas Forças Especiais, Billy Russo, Ben Barnes comentou que de fato a série difere de outros filmes e séries que trazem super-heróis desarmando bandidos sem nome e agindo de maneira (supostamente) não violenta, mas ressaltando que a série da Netflix tem outra abordagem.
"Nossos personagens são complexos, principalmente o personagem do Justiceiro. Ele é muito anti-herói. Ele é quase um vilão em algumas HQs e na série do Demolidor", pontuou Barnes, para então defender seu ponto principal: "Sempre esteve claro para nós que a violência em nossa série teria como objetivo causar desconforto, e seria capaz de mostrar o sofrimento dos personagens que são violentos", explicou, em entrevista ao Screen Rant.
A discussão é muito pertinente, interessante em um momento em que, inclusive no Brasil, e inclusive por parte da crítica, ocorre uma confusão de que a representação dos problemas do mundo é, necessariamente, uma defesa ou apologia deles — que se referem a variados tipos de violência, como também é o caso da discriminação de minorias.
"Acho que ninguém em nossa série é violento e louvado por isso, principalmente se usam armas. Então, definitivamente, essa não é a mensagem que se quer passar, e foi algo discutido", diz Barnes, que também entende o motivo da discussão. "Obviamente, o assunto ganha um peso enorme quando coisas acontecem no mundo — como os eventos trágicos de Las Vegas e tudo mais. Mas, certamente, isso não foi tratado levianamente. A violência em nossa série nunca foi algo para ser glorificado."
O Justiceiro estreia na Netflix no dia 17 de novembro.
