Os cinco piores
Arya e Sansa e a briga que não faz sentido
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Quando as irmãs Stark se reencontraram, o clima era de paz e alegria. E logo depois virou guerra quando Arya começou a desconfiar de Sansa e ameaçá-la de morte, enquanto ambas aparentemente caíam no truque de Mindinho. Além de colocar Arya numa caracterização extremamente incoerente, no fim jamais chega a ser explicado de fato se elas estavam uma contra a outra ou se era armação o tempo todo. A sensação que a dinâmica deixa é que tratava-se apenas de um artifício para manipular as emoções do público de forma cruel e covarde.
Fantasma esquecido em churrasco
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Tudo bem, entendemos que a temporada foi reduzida e que não há tempo a ‘perder’. Mas Fantasma apareceu pela última vez na série no episódio 6.03, ‘Oathbreaker’. Ele sempre foi o fiel companheiro de Jon Snow (Kit Harington), e é o único dos lobos Stark que ainda segue vivo e com o seu dono. Além disso, os dois compartilham em tese uma conexão forte, que infelizmente vem sendo totalmente ignorada.
O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem — em Westeros
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A questão sobre a passagem de tempo incerta em Westeros não vem desta temporada; é uma suspensão de lógica que muitas vezes nos condicionamos a relevar pelo seguimento da obra, mas torna-se algo realmente problemático quando a eliminação completa da relação entre tempo e espaço passa a ser essencial para a lógica de uma trama. Piora quando, em um mesmo episódio, os personagens de um certo núcleo fazem três viagens (que demorariam dias) enquanto em outro núcleo, uma outra personagem demora dois episódios para cruzar um trajeto consideravelmente menor.
Dragão ex machina
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Um dos episódios mais importantes da temporada foi também um dos mais problemáticos. O pior plano da história só não teve um final ainda mais trágico porque o episódio exige do espectador que ignore completamente tempos de viagem e lógica de deslocamento. Isso sem contar com o fato de Jon ser salvo arbitrariamente, pelo deus ex machina, duas vezes. Ah, se não fossem os tios desse garoto metido a herói…
Jonerys
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O hype por Jonerys existia antes mesmo de os dois sequer se encontrarem na série. Obviamente, era um encontro aguardado, por vários motivos: são dois personagens icônicos e donos da própria narrativa, embora de lados (fisicamente) opostos; jovens e com muitas responsabilidades sobre seus ombros, não há como negar que são líderes em clara ascensão.
O real problema de tê-los como um casal vai além do fato de serem parentes, e atropela um elemento essencial para uma narrativa — qualquer narrativa — de qualidade. O que vemos em tela é uma ausência total de química entre o casal, ou da dita paixão ardente que cresceu entre os dois. Há um claro condicionamento externo para que os dois fiquem juntos, e nada do que seria esse aparente ‘grande amor’ fica claro. Jamais é realmente desenvolvido.
Não bastasse, este condicionamento romântico é abordado de uma forma tão problemática que retira de ambos o que os tornaram personagens tão únicos. Daenerys é completamente descaracterizada no momento em que passa a girar em torno de Jon, e não da sua própria aspiração política.
Poderia, realmente, ser uma troca interessante. Politicamente, a aliança entre os dois é algo que faz amplo sentido e a temporada chega a tocar rapidamente neste duelo de forças entre Jon e Dany, mas abandona qualquer abordagem séria em troca de diálogos superficiais. Há tão pouco interesse entre os dois que foi necessário colocar Tyrion (Peter Dinklage) e Sor Davos (Liam Cunningham) tocando no assunto por dois episódios para que a cena de sexo não soasse tão repentina.