Nem só os museus vivem do passado. Sergio Henrique (Rodrigo Pandolfo) também. Prata no salto com vara na Olimpíada de Sidney, em 2000, o cara experimentou o auge há 15 anos, e hoje vivencia a parte descendente dessa curva, falido e traído pela esposa. Aos 35 anos, então, o rapaz resolve sair de casa, no Rio, e voltar para o aconchego dos pais em São Paulo, onde vai esticar ainda mais o comportamento adolescente tardio.
Na capital paulista, no entanto, o casal está em outra. Ou outros. Tudo porque Maurício (Diogo Vilela) e Hercília (Françoise Forton) comemoram – aparentemente de forma civilizada – o divórcio, uma vez que que já estão até de parceiros novos (interpretados, respectivamente, por Flávia Garrafa e Pedro Paulo Rangel).
Essa "modern family" é o time escolhido pela Fox (#MeChamadeBruna, O Grande Gonzalez) para protagonizar a primeira sitcom nacional do canal, Prata da Casa, que vai ao ar a partir da próxima quarta-feira, 10 de maio, às 21h30. (Ao todo, serão 14 episódios de meia hora de duração, com os dois primeiros exibidos em sequência na estreia).
“Nós estamos num momento em que os valores morais, sociais estão mudando. Essa série questiona principalmente os dogmas familiares”, adianta Vilela, em entrevista ao AdoroCinema. “É a inversão dos papéis do homem e da mulher, do esperado, do clichê do casal, do machismo que, sobretudo no Brasil, a gente vive muito”, conceitua Pandolfo, que ainda acrescenta: “mas com uma pitada especial de algo fantástico” – a roda de pôquer com os amigos imaginários, experiência pela qual Maurício, o pai, passa logo no piloto, não o deixa mentir.
André Pellenz, que já havia trabalhado com o ator protagonista em Minha Mãe É uma Peça, assume como showrunner da atração.
Se o foco na “família moderna” pode soar como déjà vu, é porque realmente não se trata da reinvenção da roda. “A gente pode até rir do Modern Family, de umas séries americanas, porque a gente é muito aculturado com os Estados Unidos. Mas a gente naturalmente traz muito de Brasil”, acredita o idealizador do projeto, para quem “o humor é regional pela sua essência”.
“A gente teve referências internacionais, como o Modern Family”, assume Diogo. Mas atesta: “nós criamos uma série brasileira, com a nossa neurose, com a nossa dramaturgia”.
Confira a entrevista completa no vídeo acima.