Desde o início, Sense8 foi uma das séries mais focadas na diversidade sexual, racial e de gênero. A trama é comandada pelas irmãs transgênero Lana e Lilly Wachowski, e tem personagens de todas as partes do mundo, incluindo no elenco a atriz transexual Jamie Clayton.
Às vésperas do lançamento da segunda temporada - dia 5 de maio, na Netflix - o elenco ressalta a importância da representatividade e da tolerância durante o governo Donald Trump, que tem se empenhado em dificultar a entrada de cidadãos árabes no país e persiste na criação de um muro separando os Estados Unidos do México.
"O primeiro episódio foi escrito um ano antes da vitória de Trump", relembra o espanhol Miguel Ángel Silvestre. "Eu acredito que as piores coisas podem trazer o melhor de um ser humano, e naquela cena [em que Lito e Capheus se comunicam pela primeira vez], é claro que quando oito pessoas de oito partes do mundo se unem, você pode esperar o melhor delas. O resultado é sempre melhor do que aquele vindo de uma cultura apenas".
"Esta temporada lida com temas ainda mais urgentes", concorda a americana Daryl Hannah. "O mundo está caminhando num sentido estranho, fascista, racista e negativo, e precisamos sair disso mais cedo ou mais tarde. É incrível o quanto mudou desde que começamos. Tudo o que você vê nesta temporada reforça a mensagem de inclusão, compaixão e empatia. Este é o verdadeiro tema da série".
A americana Jamie Clayton sublinha a importância dos personagens LGBT: "Os escritores e mais pessoas percebem que não precisamos ser motivo de piada e que podemos existir, porque existimos. Ainda existem muitos passos a percorrer, mas estou feliz de fazer parte do progresso que obtivemos até agora". O alemão Max Riemelt completa: "Não gostamos de usar rótulos. As pessoas gostam de colocar as coisas em categorias para compreendê-las. A série fornece às pessoas a esperança ou a possibilidade de ver as coisas de modo diferente, e de identificar e lidar com pessoas cuja existência não conheciam. Essa é a força da série".
A indiana Tina Desai conclui com uma mensagem de fraternidade: "A época em que a série estreia é particularmente importante. Quando você faz o esforço de conhecer alguém, percebe que somos todos iguais. Podemos ter culturas diferentes, mas pensamos e sentimos da mesma maneira. Se pudermos respeitar a diferença e superá-la, seremos mais tolerantes. O problema vem da resistência às mudanças. É isso que a série traz: todos nós ultrapassamos as nossas diferenças e realizamos algo incrível".