Duas coisas que não estão em falta na TV há alguns anos: séries baseadas em fatos reais e séries produzidas por Ryan Murphy. Com seu sucesso mais recente, American Crime Story, Murphy acumulou basicamente todos os prêmios a que concorreu em 2016 — Globo de Ouro, Emmy, SAG, AFI, Critics' Choice, entre outros. Sem a menor necessidade de dormir, o produtor já planeja as próximas três temporadas de American Crime Story, além de continuar no comando de American Horror Story e tirar do papel as próximas temporadas de Feud e a ainda inédita Pose. É claro, há muito material para inspirar Ryan Murphy na cultura americana, mas o AdoroCinema tem um “convite especial” para o produtor.
Nós reviramos o baú e resgatamos alguns dos casos brasileiros mais famosos na mídia que poderiam render ótimas temporadas de uma versão nacional de American Crime Story… ou melhor, Brazilian Crime Story. Assim como o seriado ‘original’, a nossa versão seria um ótimo espelho para analisar a formação sócio-cultural do país e a influência da mídia e dos três poderes na apuração dos casos. Naturalmente, ficamos um pouco criativos ao longo do processo e sugerimos 10 histórias que poderiam ser adaptadas para a TV. Ryan Murphy, please come to Brazil!
Daniella Perez
A enorme comoção popular que circulou o assassinato de Daniella Perez, filha da autora Glória Perez, em 1992, faz deste caso algo semelhante, em termos de repercussão, aos crimes cometidos por O.J. Simpson. Isso porque o responsável pelo assassinato de Daniella foi Guilherme de Pádua, que era par romântico da jovem na novela De Corpo e Alma. Em uma temporada, seria possível abordar a premeditação do crime, os bastidores da novela, o julgamento e a marca que o caso deixou para o público.
Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira ficou conhecido em 1998 como o assassino em séries Maníaco do Parque. Ele estuprou e matou seis jovens no Parque do Estado, em São Paulo, e atentou contra outras nove. Ele tentou fugir para a Argentina, mas foi preso e condenado a 268 anos.
O caso tomou conta dos noticiários noturnos e vespertinos, e foi durante meses a maior pauta para jornais de cunho sensacionalista. A história ainda é rodeada de outros parênteses ricos, como a infância e adolescência de Francisco de Assis, em que chegou a ser abusado sexualmente, e o fato de ter recebido centenas de cartas de mulheres apaixonadas por ele quando foi sentenciado.