Esta semana, os jornalistas tiveram direito a uma experiência rara: assistir a uma série de televisão na tela grande dos cinemas. O convite foi feito pela HBO, que exibiu à imprensa os dois primeiros episódios da série Psi, criada por Contardo Calligaris e estrelada por Emílio de Mello.
O motivo para a exibição de dois episódios foi o novo formato da série: em sua terceira temporada, Psi traz cinco histórias diferentes diluídas em dez episódios. A nova escolha, segundo a produtora Maria Ângela de Jesus, se revelou trabalhosa aos criadores, mas compensou por permitir desenvolver melhor os personagens e inovar dentro de um formato eficiente.
Como definiu Emílio de Mello, a nova temporada traz um verdadeiro "soco no estômago". Os episódios iniciais abordam a questão da eutanásia e do suicídio assistido, quando o terapeuta Carlo Antonini se confronta a uma jovem com doença terminal, querendo encurtar sua vida. A discussão mexe com as convicções do profissional, enquanto espelha problemas em sua vida pessoal.
"Eu nunca vi o Carlo assim, tocado, com os olhos marejados", afirma Mello, surpreso com as transformações de seu personagem. Para interpretar essa história, o ator aceitou assistir ao vídeo real de um suicídio assistido. Já Calligaris lembrou que o caso foi inspirado numa paciente real.
Para os apreciadores de uma série adulta, Psi vai agradar ao explorar os temas com a gravidade e tempo que merecem. Isso significa um ritmo mais dilatado, e alguns diálogos escritos demais, com um grau de formalidade acima do natural. Mas a discussão sobre questões complexas - a terceira temporada ainda traz personagens relacionados ao Estado Islâmico e ao antissemitismo - sublinha a grande ambição da série brasileira.
A terceira temporada de Psi estreia este domingo, 9 de abril.