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    AdoroNostalgia: O improvável motivo por que Prison Break se tornou um sucesso

    Relembre as quatro temporadas originais da série antes da estreia da quinta.

    Era outubro de 2005 quando Michael Scofield e Lincoln Burrows surgiram pela primeira vez nas telas da Fox, dando início a uma história de fuga da prisão que ao longo das temporadas tornou-se, por mais clichê que soe, ‘mais do que apenas isso’. Seja pelo fascínio causado pela história ou pela inegável química entre os irmãos em cena, Prison Break deixou uma marca na TV... mesmo naqueles que abandonaram a série ao longo do caminho.

    A trama tem início quando Michael (Wentworth Miller), um engenheiro civil de alto QI, assalta um banco a mão armada com o objetivo traçado de ser institucionalizado na Penitenciária Estadual de Fox River, de onde pretende resgatar o irmão que foi preso injustamente, e agora está no corredor da morte. Lincoln havia sido acusado por uma instituição obscura chamada A Companhia do crime de assassinar o irmão do Vice Presidente. Michael não vai contar apenas com a sua inteligência acima do normal para resgatar o irmão: ele foi um dos responsáveis pela reforma de Fox River, e por isso sabe exatamente como sair de lá. E todo o seu plano de fuga está tatuado em seu corpo através de códigos secretos.

    E mais um detalhe: Michael tem quatro semanas para colocar tudo em ação e conseguir libertar a si mesmo e ao irmão, antes que a sentença de Lincoln seja executada.

    Porque nem tudo são flores na vida de Michael na prisão, ele acaba tendo que se aliar a tipos bastante diferentes para conseguir concluir seu plano: o colega de cela Sucre (Amaury Nolasco), o assassino T-Bag (Robert Knepper), e o ex Sargento do exército, agora preso, C-Note (Rockmond Dunbar). Lá, ele também conhece a Dra. Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies) — com quem inicia um romance proibido — o guarda Brad Bellick (Wade Williams), que não sai do seu pé, e aos poucos descobre que Lincoln (Dominic Purcell) está envolvido em uma conspiração muito maior do que ele havia imaginado.

    Parte da diversão de se acompanhar Prison Break requer que o espectador não se prenda tanto à realidade. Há convenções, há muitos clichês, mas há também uma corrida frenética contra o tempo e contra as chances dos nossos heróis. Tudo é tão veloz que a expectativa acaba tomando conta dos pensamentos durante os episódios, e o envolvimento do espectador com a história e com o objetivo de Scofield é praticamente imediata. Isso é mais forte na primeira temporada, um pouco menos na segunda, e infelizmente desaparece nas duas seguintes.

    A principal arma de que Prison Break dispôs sempre foi o quão atrativa e identificável é a ligação entre Michael e Lincoln, e o confortável encanto causado pelos desafios que um inevitavelmente cruzaria para salvar o outro, não importando as circunstâncias. O sentimentalismo poucas vezes tomou de fato o centro da trama, que geralmente ficava dedicado às cenas de ação, aos momentos ‘MacGyver’ de Michael e às infinitas perseguições, conspirações e ameaças de morte sofridas pelos protagonistas, mas mesmo em segundo plano o lado emocional sempre foi a medula espinhal da história criada por Paul T. Scheuring. E é exatamente por isso que mesmo nos momentos mais surreais das piores temporadas (leia-se: a terceira e a quarta), ainda houve quem acreditasse na série até o fim.

    Prison Break manteve um nível sólido e uma história bastante atraente até a segunda temporada; neste tempo, as tatuagens de Michael ainda eram importantes — e era igualmente fascinante observar de fora o desenrolar de todas as etapas do plano que ele havia elaborado meticulosamente. Mas após a conclusão da temporada 2, de fato a série perdeu o fôlego. A história original, o primeiro grande arco narrativo que conduziu os personagens, se esgotou ao fim do segundo ano, e aquele poderia ter sido o momento ideal para concluir a história, não fosse a grande audiência que a série ainda arrastava — a média de audiência era de 9 milhões de espectadores por episódio. Aos poucos, a audiência ao vivo (então principal fator analisado para a renovação de uma série) foi perdendo força, e por fim a série chegou ao fim em sua quarta temporada, tendo a sua conclusão no telefilme (hoje disponível como episódio duplo) intitulado Prison Break - O Resgate Final.

    Isso tudo nos leva a junho de 2015, quando a Fox anunciou oficialmente que traria a saga dos irmãos de volta, para uma minissérie produzida pelo criador e showrunner original, Paul T. Scheuring. A ideia veio dos próprios protagonistas, Wentworth Miller e Dominic Purcell — que se animaram com a perspectiva de retornarem aos papéis clássicos quando se reencontraram em The Flash. A nova temporada vai contar com 9 episódios e traz boa parte dos personagens clássicos de volta — incluindo Sucre, C-Note, T-Bag e, é claro, Sara, que está casada e cuida do pequeno Mike junto ao marido, Scott Ness (Mark Feuerstein).

    A nova temporada de Prison Break retorna à história dos irmãos anos após a aparente morte de Michael em O Resgate Final. Na nova história, Lincoln descobre evidências de que seu irmão possa estar vivo em uma prisão no Marrocos. Ele busca a ajuda de Sara para ir atrás de Michael, e os dois se unem aos outros três notórios fugitivos da Fox River para ‘mais um último resgate’.

    Se Prison Break realmente precisava de um revival é uma pergunta ainda sem resposta. Será que os novos episódios vão lembrar os tempos de auge da série ou será mais uma tentativa de atrair audiência pela nostalgia repetitiva? O tempo dirá.

    A quinta temporada de Prison Break estreia no dia 4 de abril, na Fox, com exibição simultânea no Brasil e nos EUA.

     

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