No dia 10 de março de 1997, Buffy Summers surgia pela primeira vez na TV norte-americana, no finado canal The WB. Exatos 20 anos depois, Buffy, a Caça-Vampiros estabeleceu um verdadeiro legado. Para além de uma garota loira, assassina de demônios cuja principal preocupação eram sua própria vida e as aulas de matemática, a série é até hoje um marco incomparável na TV – seja para Joss Whedon, Sarah Michelle Gellar ou o fiel público da série.
Para o showrunner, o fato de Buffy ter sido "atipicamente feminista" para o seu tempo ajudou a mudar o cenário a longo prazo, mas também ainda há muito a melhorar. "Colocar uma mulher como protagonista de uma série de ação perturbou algumas pessoas. Isso definitivamente tem mudado. O que mulheres podem fazer em frente a uma câmera melhorou um bocado. Há mais opções, mais histórias sendo contadas, mais verdade", falou ao THR, sem deixar de fora que isso também não é tudo:
"Mas por trás das câmeras? Aí não vai tão bem. Salários iguais? Longa risada maníaca. Com Buffy, eu obviamente queria fazer uma série feminista, mas eu não estava realmente interessado em falar sobre política. Eu queria ver alguma coisa que eu sentia que eu precisava ver. Eu senti que essa garota não estava sendo representada. Eu queria ver uma mulher tomando a frente e homens que se sentiam confortáveis com isso. Essa é a minha coisa. É disso que eu gosto. E ao mesmo tempo eu estava fazendo uma série de terror."
Já Sarah Michelle Gellar aproveitou a data e escreveu uma carta emocionante em agradecimento à série e aos fãs:
"[...] Embora soubéssemos do potencial, acho que nenhum de nós imaginou o longo impacto que a nossa série deixaria. Como ator, você deseja poder ter um papel que vai deixar uma marca que será eternamente lembrada; com Buffy eu consegui muito mais. Ela é um desafio feminista ao gênero e à hierarquia. Buffy pode ter sido A Escolhida, mas eu foi a surtuda [...]"
Se a aniversariante deixou um legado na televisão, Joss Whedon acredita que o principal efeito disso foi fazer as pessoas se sentirem mais fortes. Mas ele não acha que exatamente todas as séries que aparentemente 'beberam da fonte de Buffy, the Vampire Slayer' fizeram muito bem a lição de casa:
"Por muito tempo, as pessoas me perguntavam 'Você não está animado por séries como Charmed e The Vampire Diaries?' Isso não é... não é o legado. É ótimo que há essas outras séries, mas isso não é o que nós estávamos esperando [...] À época, ter uma série de ação liderada por uma mulher não era a norma. E ter uma série de fantasia que era tão sucinta quanto um drama não é algo pequeno. Nós realmente nos empenhamos para fazer a primeira série de ficção científica da televisão que fosse bonita e não apenas assustadora ou Camp. Queria que as pessoas levassem adolescentes a sério. Havia um certo desprezo pelas sensações por que as pessoas passam nessa idade. E falar especificamente disso foi importante para mim. E fazer uma série feminista que não fazia as pessoas sentirem como se estivessem assistindo a uma aula. Houve séries que vieram antes. Não quero ser a 'gota dágua' e fingir que [Buffy] fez tudo sozinha, mas essa também é a nossa praia — empoderamento feminino e da juventude, e fazer todas as pessoas serem importantes."
Deu saudades? As sete temporadas de Buffy, a Caça-Vampiros estão na Netflix.