Se tem uma coisa que deixa (ou deixou) até os fãs mais apaixonado de The Walking Dead com um pé atrás é o ship Richonne. A união entre Rick e Michonne pegou muita gente de surpresa e ainda não havia ganhado um episódio realmente focado na dinâmica entre eles. Até agora.
Com o título "Diga sim", o décimo segundo episódio da sétima temporada da série foi praticamente todo centrado no casal. E não decepcionou. Mais uma vez a história avançou muito pouco, mas, pelo menos, dessa vez tivemos um verdadeiro desenvolvimento de personagens e construção de uma relação para aquelas que são algumas das figuras mais importantes da produção.
O episódio traz Rick e Michonne procurando por armas para entregar aos Scavengers, como parte do pacto pela união na luta contra os Salvadores. Eles possuem dificuldade em encontrar novas armas e Rick não parece disposto a retornar à Alexandria enquanto não tiverem um número suficiente de armamentos.
É interessante notar que a "viagem" serve quase como uma válvula de escape de toda barbaridade. Por alguns instantes, eles parecem felizes, especialmente Rick. No fundo, ele está se preparando para algo maior, mas não significa que não possa aproveitar alguns breves instantes de felicidade.
De certa forma, estamos diante de um bottle episode. O termo diz respeito a episódios geralmente centrados em poucos personagens, fora da narrativa principal e num espaço físico limitado. Um clássico exemplo é "Fly", de Breaking Bad, em que Walter White passa todo o episódio tentando capturar uma mosca dentro do laboratório.
"Diga sim" não é tão marcante quando "Fly", até porque é menos rigoroso na proposta e traz cenas com outros personagens, mas traz aquilo que TWD tem de melhor, que são seus protagonistas. Além disso, oferece muita ação, romance e até mesmo humor no passeio de Rick e Michonne, que acabam no meio de um parque de diversões.
A ação paralela à trama Richonne acaba sendo o principal problema do episódio, especialmente a que diz respeito a Tara (sim, de novo). Ela segue hesitante em falar sobre Oceanside e acaba se justificando com Judith. Sim, a bebê. A sequência é risível. Mas não por causa do humor que funciona no restante do capítulo, mas pela pobreza do texto e a pouca expressividade de Alanna Masterson.
O episódio também segue mostrando a inquietude de Rosita, que ainda não se perdoa de não ter conseguido matar Negan. Ela se mostra sem paciência para esperar Rick reunir as comunidades contra o vilão, e procurará por ajuda para uma ação imediata. A atitude de Rosita tem tudo para entregar bons momentos nos próximos episódios, mas a verdade é que o drama em torno da personagem não tem funcionado tão bem.
Outro ponto mais fraco do episódio dirigido por Greg Nicotero foi a necessidade de se criar um momento "Glenn debaixo da lata de lixo". Felizmente, a solução foi rápida, mas a cena foi pra lá de desnecessária e má coreografada. Ao menos, gerou um bom diálogo posterior entre Rick e Michonne.