Após dois bons episódios, focados na iniciativa de Rick e sua turma em reunirem forças para combater Negan, The Walking Dead voltou a apresentar um capítulo irregular, que avança em muito pouco na história.
E este é o principal problema: a trama fica parada. Na verdade, até regride um pouco, uma vez que somos jogados de volta ao momento em que Daryl escapa dos Salvadores, o que já aconteceu há três episódios. Mostrar o que acontece em uma outra perspectiva é interessante, mas não há quase nenhum desenvolvimento narrativo.
O décimo primeiro capítulo da sétima temporada mostra a chegada de Eugene no acampamento dos Salvadores. Enquanto, Negan tenta conquistar a inteligência do sujeito para seu time, Dwight sai em busca de Sherry, que fugiu após ajudar Daryl a escapar.
A dinâmica de Eugene no novo ambiente é curiosa, mas a verdade é que o episódio é mais do mesmo. Já sabíamos que Sherry não estava satisfeita no local, já sabíamos que Dwight possuía certas inquietudes que podem, lá na frente, colocá-lo contra Negan. Também já era de nosso conhecimento o comportamento meio arrogante, meio covarde, meio estrategista e meio autista de Eugene. Tudo mostrado no capítulo reforça elementos dos personagens, mas não há praticamente nada de novo.
Mesmo a presença mais forte das esposas de Negan não é algo totalmente marcante, uma vez que a dinâmica de abuso já estava pra lá de caracterizada anteriormente. E o mesmo vale para a forma como o dono da Lucille lida com os integrantes de sua comunidade.
Importante num contexto geral, Eugene mostra não ter forças para assumir o papel de protagonista em um episódio centrado nele. Algo que já havia acontecido com Tara nesta mesma temporada. Ao mesmo tempo, deve-se reconhecer que a breve dinâmica entre Dwigth e Eugene funciona e que o fato deste último contar para Negan a mesma história que havia contado para Abrahan é bem significativo. Resta saber se está apenas com o "modo sobrevivência" ligado ou se irá tomar alguma posição mais definitiva.
Outro destaque do episódio foi a direção de fotografia, especialmente nas tomadas externas, com Dwight procurando por Sherry. Há um plano belíssimo dele andando contra o sol, centralizado em cena. O primor técnico é algo que TWD parece se esquecer em muitos momentos, mas é sempre bom ver que a série ainda entrega sequências mais poéticas, por mais breve que sejam.