Um dos momentos mais esperados de The Walking Dead certamente é a rebelião dos grupos de sobreviventes contra os Salvadores. Aos poucos, os episódios da segunda metade da sétima temporada têm aumentado o ritmo para mostrar que a união – eventualmente – faz a força.
A midseason premiere, "Rock in the Road", terminou com Rick (Andrew Lincoln) sorrindo (!) ao ser ameaçado por um novo grupo de sobrevivente, dando esperança de que estes poderiam ser parte da salvação contra os Salvadores (trocadilho ruim? Ok). "New Best Friends" deixa o misterioso e estranho bando mais para o meio do episódio, e começa focando nos habitantes do Reino e suas motivações - muitas vezes rasas – em relação ao grupo de Negan.
Ezekiel (Khary Payton) quer manter a paz (e quer que seus homens apanhem e não revidem), Morgan (Lennie James) continua sem querer entrar no conflito (mesmo depois de terem levado o bastão que recebeu de seu mentor), e Richard (Karl Makinen) quer provocar uma briga para mostrar ao Rei que o jeito é enfrentar os Salvadores. Assim, a última esperança do guarda é se voltar para Daryl (Norman Reedus) – que volta a empunhar uma besta e está desenvolvendo uma curiosa amizade com a tigresa Shiva. Devemos apontar, porém, que, novamente, a série peca em mostrar a adaptação de Dixon ao modo de vida do Reino, uma comunidade bastante diferente de Alexandria.
Richard apresenta ao personagem de Reedus um plano bastante ridículo que levaria à morte de Carol (Melissa McBride) e colocaria Ezekiel na rota da vingança. Nada mais do que um recurso de roteiro para que Daryl soubesse que Carol está morando há poucos quilômetros do Reino.
De fato, um dos momentos mais esperados dessa temporada e um dos pontos altos do episódio foi o emocionante reencontro entre os dois queridinhos do público. Eles compartilham cenas que requerem poucas palavras e conseguem passar no olhar sua alegria em estar juntos novamente. A decisão de Daryl não contar a Carol o que se passou entre o "grupo de Rick" e os Salvadores mostra um lado altruísta do personagem, afinal, na concepção dele, faria mais mal do que bem. Já em termos de roteiro, a escolha dá margem para um debate futuro quando ela de fato ficar sabendo – e quem sabe o retorno da Carol que cativou o público.
Chegando aos "novos melhores amigos", que dão nome ao episódio, a série aposta no mistério para apresentar Jadis (Pollyanna McIntosh) e o "grupo do ferro velho" (ou "do lixão", como estão sendo popularmente chamados): personagens quase robóticos, com figurinos escuros e cortes de cabelo duvidosos, que não se dão ao trabalho nem de buscar seus próprios suprimentos, nem de proferir mais do que duas palavras aos recém-chegados. Mas, ei, é só impressioná-los que a aliança está fechada. Certo? Quase isso.
Esta tarefa aparentemente fácil fica a cargo de Rick, até que ele é jogado em um "poço do inferno" para enfrentar um zumbi coberto com armadura, facas e espigões, no estilo Mad Max. É interessante ver Grimes voltando às origens e usando táticas para lutar no mano-a-mano contra um morto-vivo, mas difícil acreditar na fala de Jadis quando ela afirma que o zumbi "Winslow" não fora criado somente para testes de visitantes. Outro momento surpreendente foi quando o Padre Gabriel (Seth Gilliam), que constantemente prega a não-violência, ameaçou um membro do "grupo do lixão" para que eles não ferissem Rick, Aaron (Ross Marquand), Rosita (Christian Serratos) e Tara (Alanna Masterson).
Mais uma vez, o personagem de Jeffrey Dean Morgan não deu as caras nas telinhas, mas isso não fez falta no contexto e possibilitou até mais flexibilidade na trama, já que não se preocupa em focar na caricata, ameaçadora e popular persona de Negan.
"New Best Friends" pauta o início de uma futura rebelião contra os Salvadores. Dois aliados, Alexandria já têm. Resta saber como conseguirão os outros. Isso são cenas para os próximos capítulos.