Estreia amanhã, às 21h40, na Warner Channel, a primeira temporada de Riverdale, mais nova série adolescente do canal, que é uma adaptação moderna dos clássicos quadrinhos do Archie. O AdoroCinema visitou os sets de filmagens da produção e conversou com todo o jovem elenco, formado em sua maioria por desconhecidos.
A cara mais conhecida da turma jovem é Cole Sprouse. Não reconheceu o nome? Trata-se do Ben, de Friends. E do menino de O Paizão. Ele quase deixou a carreira artística, mas acabou selecionado para a produção. "Não planejava voltar a atuar, na verdade. Fiz arqueologia e trabalhei com imagens de satélite logo depois que me formei. Eu ia continuar fazendo isso, mas me pediram para retornar aos testes da temporada de pilotos das séries. Aceitei, mas se eu não fosse escalado para nada, desistiria de vez. Não queria atuar na época. Fiz o teste sem me preparar muito, foi estranho. Interpretei Jughead como Rod Serling em Além da Imaginação e acabei sendo escalado. E agora estou aqui. Não estou pensando muito sobre isso. Estou me sentindo bem, tem sido divertido e é isso", destacou.
O ator - que ainda se lembra de "The Kangaroo Song" - falou um pouco sobre seu Jughead: "É um papel inédito para mim. É muito interessante, observa tudo à distância, tem um ponto de vista objetivo. Para mim, é muito divertido. Eu tive aulas em casa, então, no fundo, sou um outsider. Acho que Jughead é o personagem com o qual as pessoas se identificarão mais porque ele é o narrador, o único que vê através do que poderia ser chamado de drama. Ele dirige a história com sua narração, entende o gênero. Sua perspectiva de forasteiro, de estar contra todos, é algo com o qual todas as pessoas podem se identificar, mesmo que em pequena escala. Então, de certa forma, eu me identifico com Jughead e todo mundo se identifica com Jughead. Pelo menos um pouco."
Tendo em sua trama um assassinato que movimenta uma cidade pequena, Riverdale tem sido vendida como uma mistura entre Twin Peaks e Gossip Girl. "Acho que Gossip Girl foi tomada como referência porque foi uma série de muito sucesso da CW sobre adolescentes e sobre amadurecimento, sobre experenciar relacionamentos. É mais ou menos isso que acontece em Riverdale: um grupo de jovens que lida com relacionamentos pela primeira vez. E há um lado mais sombrio, muitos casos amorosos acontecendo. Isso é um pouco Gossip Girl. E Riverdale é comparada com Twin Peaks porque as duas retratam cidades aparentemente perfeitas que são abaladas por um assassinato misterioso", destacou Lili Reinhart, que vive Betty Cooper na série.
"A minha Betty Cooper continua sendo a garota doce dos quadrinhos, mas agora também lida com sua própria cota de problemas como todo os outros personagens. Ela se sente muito pressionada a se tornar a criança perfeita porque sua irmã mais velha, Polly, está em uma casa de reabilitação após sofrer um colapso nervoso. Então, os pais de Betty colocam muita pressão nela para que ela seja perfeita e para que ela cumpra as expectativas deles; por isso, Betty começa a sofrer. Veremos o peso que ela tem nos ombros durante a temporada. Então, ela não é só essa garota doce e inocente, é uma personagem mais profunda", explicou Lili sobre sua personagem. Ela tratou ainda do triângulo amoroso envolvendo Betty, Archie e Veronica: "É claro que há o infame triângulo amoroso, mas Betty e Archie sempre foram melhores amigos e Veronica é a menina que chegou agora à cidade. É por isso que ela recebe a atenção de Archie e é por isso que Betty fica incomodada. Mas, no fim das contas, a nossa série não gira em torno do triângulo amoroso. É importante que as pessoas saibam disso. Nós queremos que Betty e Veronica sejam amigas. Elas são conhecidas por serem amigas-inimigas desde 1941, constantemente brigando pela atenção de Archie, mas, na nossa série, elas até têm uma certa rivalidade, mas são amigas. Gostam, apoiam e cuidam uma da outra. Não é uma rivalidade constante."
Filha de brasileiros, Camila Mendes é a responsável por viver Veronica. Em um português perfeito, ela explicou que sua mãe nasceu em Porto Alegre e seu pai em Brasília, e que morou no país por um ano, quando tinha 11 anos de idade. Na sequência, também tratou do triângulo amoroso: "Acho que os fãs vão se surpreender com o quanto eles amarão Veronica. Não queremos que ela seja a vilã. Cheryl é a vilã da série. Veronica é alguém que teve que mudar sua vida. Então, acho que ela conquistará as pessoas com essa mudança de caráter."
"Acho que Veronica e Betty serão mais amigas do que inimigas por assim dizer. Elas não deixarão Archie atrapalhar a amizade delas. É claro que elas terão problemas e terão que resolver isso, mas a amizade delas vem em primeiro lugar", completou Camila.
Falando em Archie, o personagem é vivido pelo jovem K.J. Apa, visto recentemente em Quatro Vidas de um Cachorro. "Quando fiz o teste, não conhecia muito sobre os quadrinhos de Archie ou sobre a franquia. Mas fiquei preocupado porque sabia que era um personagem icônico. Achei que os fãs não gostariam de ver um neozelandês ou um estrangeiro, uma pessoa que não é estadunidense, interpretando o personagem, mas a reação dos fãs depois do piloto foi positiva. Não ouvi nada de ruim. É um bom desafio", afirmou o ator natural da Nova Zelândia. Sobre seu personagem, ele destacou: "Archie é um rapaz estadunidense clássico, é o mesmo personagem dos quadrinhos. Todos os personagens são os mesmos dos quadrinhos só que um pouco mais desenvolvidos. Riverdale, nos quadrinhos, é o mundo perfeito, tudo é feliz e bonito. Na série, nós abordamos a cidade de uma maneira mais subversiva, nos aprofundamos nas vidas dos personagens e analisamos os problemas que os adolescentes enfrentam. Acho que as pessoas vão se identificar com isso, pessoas de todas as idades que passaram por esse tipo de sistema de ensino médio."
Logo no primeiro episódio temos o assassinato de Jason Blossom, que movimenta a pequena cidade. Vários são os suspeitos, inclusive sua irmã, Cheryl, vivida por Madelaine Petsch. Questionada se ela teria matado seu irmão na ficção, a atriz afirmou: "Gostaria de te responder isso, mas é um segredo." Ela admitiu, no entanto, que é muito bom ser vilã. "Sempre quis fazer uma vilã e em Riverdale tenho a chance de ser vilã. A melhor parte deste papel é que posso descontar toda a minha raiva nos meus colegas de elenco porque faz parte do roteiro", brincou.
Cheryl é particularmente má com Betty. Madelaine falou um pouco sobre a perseguição: "Cheryl é má com todos e a beleza da minha personagem é que há uma razão para isso. Os roteiristas mostram como essas atitudes são um reflexo do modo como os pais dela a tratam. E, agora, a única pessoa que realmente a amava incondicionalmente, seu irmão, morreu. Ela está devastada e tudo o que ela tem essa máscara, essa fachada que criou para si. No quinto episódio veremos as explicações para essas coisas e veremos como isso a afeta. Talvez faça as pessoas mudarem de opinião sobre ela."
Como não poderia deixar de ser, a banda Josie and the Pussycats está presente na série. Josie é vivida por Ashleigh Murray, que descreve a personagem como a "Beyoncé de Riverdale". "Ela tem grandes sonhos, muito talento e muita vontade de atingir todos os seus sonhos", completou. A atriz apontou que Josie terá uma boa relação com Cheryl e que sua personagem, é claro, será muito musical. Neste sentido, cabe destacar que a série optou em usar, em sua maioria, canções originais. Os fãs, no entanto, poderão ouvir uma nova versão da clássica "Sugar, Sugar". Ashleigh se revelou apaixonada por quadrinhos e cultura pop, e confessou: "Meu deus, amo Dragon Ball Z. Se eu pudesse casar com o Goku, eu casaria."
Intérprete do Kevin, Casey Cott é mais um estreante na produção. "O meu personagem é ótimo, os nossos roteiristas fizeram um trabalho incrível em tornar Kevin uma pessoa muito animada e encorajadora. Ele meio que faz parte de tudo, é amigo de todos, mas é mais próximo de Betty. Acho que é por isso que ele sempre faz comentários sagazes sobre as coisas que acontecem na cidade sejam os romances ou o assassinato que aconteceu. Gosto muito de interpretar esse personagem e os roteiristas fizeram um ótimo trabalho. Kevin é muito sagaz e inteligente que sempre tenta encorajar as pessoas através do humor. É muito divertido interpretar isso", apontou o ator. Casey vive um jovem gay, que sofre um pouco com a ausência de opções amorosas no colégio. "Não parecem ter outros personagens abertamente gays para Kevin iniciar um romance na escola, então acho que nos primeiros episódios ele procurará por um relacionamento e vai tentar mascarar essa busca com seus comentários espirituosos sobre os relacionamentos héteros que acontecem ao redor dele", destacou.
O AdoroCinema viajou a convite da Warner Channel do Brasil.