Terça-feira, dia 7 de fevereiro, foi dia de os jornalistas brasileiros conversarem com Reed Hastings, diretor executivo da Netflix internacional. O principal anúncio à imprensa foi o lançamento de uma nova série brasileira, a comédia Samantha, ainda em fase de produção.
Mas Hastings respondeu a todo tipo de perguntas. Sobre a série baseada na operação Lava-Jato, confirmou que o resultado vai ser polêmico, algo "inevitável" por ser obra do diretor José Padilha (Tropa de Elite). Mesmo assim, promete que a obra não vai apoiar nenhum lado da história: "Entretenimento não toma partido, ele conta uma história".
Questionado sobre a concorrência com outras plataformas de VoD, como a Amazon Prime, explicou que a concorrência é muito mais ampla, algo que tende a se acentuar já que séries e filmes estão cada vez mais fáceis de fazer hoje em dia. Além disso, "a Amazon é um concorrente menos forte, se comparada com a Globo ou o YouTube".
Sem surpresas, Hastings também teve que dar sua opinião pessoal sobre as políticas xenofóbicas de Donald Trump. Sem mencionar o nome do novo presidente, o diretor da Netflix ressaltou que a força de sua empresa provém dos inúmeros imigrantes que contribuem à criação e produção de conteúdo. Ainda sobre política, não se disse surpreso com a tentativa do governo brasileiro em sobretaxar os serviços de streaming, nem com a tentativa de limitar a banda larga da população, mas acredita na capacidade de o povo se unir e fazer pressão contra essas iniciativas.
Por fim, descreveu a Netflix como uma revolução indispensável, comparável ao telefone celular em relação ao telefone fixo. Sugeriu que o futuro está nos serviços personalizados, on demand, e que as próximas gerações devem achar absurdo descobrir que os antepassados ainda esperavam um horário específico para poder assistir ao seu programa preferido.