O AdoroCinema visitou os sets de filmagens de The 100 em Vancouver, no Canadá, e conversou com boa parte do elenco. Após ler nossa entrevista com a protagonista Eliza Taylor na semana passada, agora é hora de conferir nosso bate-papo com Marie Avgeropoulos e Lindsey Morgan.
Na última temporada, vimos a morte de Lincoln. Como foi sua reação ao ler o roteiro e em relação ao impacto desta morte na trama?
MA: Quando eu descobri que ele morreria, quando li isso, a primeira coisa que senti foi uma frustração porque eu e Ricky Whittle nos tornamos muito amigos com o passar do tempo. Eu acho que a relação deles foi a mais duradoura em The 100, um romance proibido clássico, estilo Romeu e Julieta, um relacionamento que terminou de maneira tão trágica quanto começou, quando Lincoln fez o sacrifício final por Octavia, em nome de seu amor. Foi horrível e bonito ao mesmo tempo. Eu sabia que os fãs ficariam loucos com isso, mas eu acho que isso é incrível porque eles gostam muito de nós e dos personagens da série.
Você ficou chocada?
MA: Sim e fiquei ainda mais chocada quando descobri que Ricky nem estaria presente no momento em que eu filmaria a reação de Octavia à morte do personagem dele, quando ele foi executado por Pike. Eu tive que contracenar com uma fita para reagir à execução dele. Tive que usar a minha imaginação.
Na última temporada, Octavia buscava vingança e ela conseguiu atingir o objetivo. Podemos esperar uma Octavia menos raivosa?
MA: Octavia tentou curar a ferida de seu coração se vingando de Pike. Na quarta temporada, veremos que a ferida ainda está aberta e que a sua vingança apenas a colocou em um caminho mais sombrio. Octavia é uma guerreira, ela luta contra os seus inimigos, mas também precisa lutar contra os seus sentimentos, então ela evita muitas das coisas que sente porque é tudo muito doloroso. Veremos Octavia utilizar os mesmos mecanismos negativos para lidar com as coisas, então não, não veremos uma Octavia mais feliz. Em The 100, tudo sempre piora antes de melhorar.
Você pode falar um pouco sobre o estado de Raven na quarta temporada?
LM: Ela está tentando lidar com as coisas que aconteceram na terceira temporada. Ela lutou contra Alie, saiu da nave. Ela decidiu, então, lidar com as mágoas ao invés de se conformar. Ela está tentando descobrir como parar o fim do mundo e salvar os seus amigos, mas isso está cobrando um preço dela em relação às coisas que ela precisa fazer e às coisas com as quais precisa lidar. Mental e fisicamente, ela está muito cansada. Muita coisa está acontecendo.
Raven perdeu o namorado, foi baleada, torturada. Podemos esperar alguma felicidade para ela na quarta temporada?
LM: Eu não sei. Na verdade, eu diria que há esperança. Eu diria que Raven passa por uma evolução interessante na quarta temporada. Após usar o chip de Alie na Cidade da Luz, ela fez um upgrade. Agora, ela é Raven 2.0. Ela se tornou mais inteligente do que nunca porque ainda tem reminiscências do chip em seu cérebro. Depois de tudo o que ela passou, esse é o lado bom: ela meio que tem um superpoder agora. Para Raven, que sempre foi uma pessoa muito lógica, analítica e imersa na ciência, se tornar mais inteligente é um verdadeiro presente. Há alguma felicidade nisso, mas estamos falando de The 100: não se acostume com isso.
O que você pode nos dizer sobre o estado atual de Octavia e sobre a relação dela com Bellamy?
MA: Ela entrará em um caminho bem sombrio na quarta temporada. Ela terá que lidar com a vida sem Lincoln, que era a única pessoa que era como um "lar" para ela quando eles estavam juntos. Ela vai ter que batalhar contra seus próprios dêmonios, no fundo da sua alma. Octavia e Bellamy estão em um lugar muito interessante de sua relação no momento porque ela acha que Bellamy realmente concordava com Pike, então os dois estão em combate um com o outro e a relação deles sofrerá várias reviravoltas que vão afetar muito os fãs durante o decorrer da quarta temporada. Talvez.
Por que você acha que a reação de Octavia foi tão violenta em relação ao irmão dela?
MA: Assim como os fãs, eu conheço Octavia um pouco mais a cada episódio, que é uma maneira bem interessante de explorar uma personagem. Em minha curta carreira, ainda não interpretei uma personagem que vai de um extremo ao outro. Octavia está sempre mudando. Diferente da maioria dos personagens que permanecem em seus ambientes, ela não tem raízes, é livre para ir onde quiser. Os roteiristas têm uma ampla gama de emoções para Octavia e elas só são reveladas aos poucos, a cada semana, conforme as tramas avançam. Então eu fiquei tão surpresa quanto o público.
Quem você acha que o personagem mais próximo de Octavia no momento?
MA: Ela lidará com muita solidão na quarta temporada porque ela não é mais capaz de depender de ninguém, nem de si própria. Psicologicamente, ela está muito mal, está passando por uma depressão, por várias crises de ansiedade, então ela está em uma rota bem auto-destrutiva. A quarta temporada não será nada boa para Octavia.
Haverá algum romance para Raven no futuro?
LM: Eu não sei. Lendo os roteiros, percebi um clima surgir, mas nós estamos falando de Raven: ela tem que lidar com muita coisa, tem muita coisa em mente. Ela precisa salvar o mundo, então ela não está preocupada com o amor no momento. Mas sempre há esperança.
Muitos fãs especulam sobre a possibilidade do ship "Ice Mechanic". O que você acha disso?
LM: Eu adoro trabalhar com Zach McGowan, sou uma fã dele, ele é super sexy, é um grande ator e nós somos muito amigos. Seria interessante Eu não vou descartar a possibilidade, mas nós estamos meio que em dois mundos distintos, então seria interessante ver nossos caminhos se cruzarem.
A série tem recebido muitos elogios por apresentar várias personagens femininas muito poderosas. O que você acha sobre isso? Qual foi a sua reação ao ler os roteiros pela primeira vez e encontrar todas essas personagens fortes?
LM: Eu adoro isso e me sinto muito honrada por participar disso, muito empolgada por poder interpretar uma personagem assim. Por outro lado, eu também fico triste porque estamos em 2016 e isso só é uma nova tendência agora. Não sei quanto a vocês, mas todas as mulheres da minha família são muito fortes. A minha mãe pode lidar com qualquer coisa, qualquer um. Eu acho interessante porque, na vida real, as mulheres sempre tiveram que ser muito fortes por serem as pessoas que cuidam da família, da vida humana. Nós temos que passar por partos, por essas experiências, e isso requer muita força. Espera-se muito mais das mulheres atualmente. Temos que fazer muitas coisas: precisamos ter uma família, uma carreira, ser bonitas, ser tudo isso de uma vez só. E nós conseguimos fazer tudo isso. A mídia televisiva é incrível porque é uma mídia de massa que pode tocar vários aspectos do mundo ao mesmo tempo. No cinema, você precisa decidir o que quer ver, enquanto na tv há uma chance maior de você ser exposto às coisas. Na maior parte do tempo, as histórias televisivas ou até mesmo as histórias mais antigas, religiosas por exemplo, nos explicam nossas vidas, nosso mundo e nos dão modelos para seguir, coisas para nos inspirar. Nos mostram como viver a vida. Então, quando vemos mulheres em papeis importantes e fortes na televisão, como nós vemos na vida real, isso continua a propagar uma mensagem positiva. É assim que a vida deveria ser, esta deveria ser a norma. Não deveria ser apenas uma nova tendência ou algo assim. Eu me sinto muito honrada e muito empolgada, mas eu também acho que agora é o momento de mudar as coisas na mídia, especialmente em relação à posição das mulheres no mundo.
MA: Eu creio que a série é muito popular porque muitas pessoas conseguem se relacionar com a nossa trama. Hoje em dia, é muito difícil chocar ou impressionar as pessoas na televisão porque existem muitas séries boas por aí e eu acho que nós conseguimos atingir esse nível de qualidade e impressionar o público. As pessoas se identificam com os nossos personagens. Nós abordamos questões humanas que são atemporais. É uma série muito boa de se ver e temos um elenco incrível que interpreta personagens complexos.
O AdoroCinema viajou a convite da Warner Channel do Brasil.