A GLAAD (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação) divulgou um novo estudo para catalogar a inclusão de personagens LGBTQ nas séries de TV produzidas na temporada 2016-17. O relatório é uma tradução anual do grupo, e destaca o aumento de personagens transgêneros e/ou negros nos elencos regulares, mas denuncia também a proliferação de personagens lésbicas ou bisexuais sendo mortas nos últimos meses.
O estudo aponta que, dos 895 personagens regulares das séries produzidas pelas emissoras abertas nos EUA, 43 deles (cerca de 4,8%) se identificam como LGBTQ, um número recorde ao menos nos últimos 12 anos. Destes, o relatório destaca também o aumento de personagens transgêneros, que quase dobrou desde o último ano.
Entre as emissoras a cabo e streaming, os números também são positivos: os canais pagos registram 142 personagens LGBTQ entre os recorrentes e os regulares, e os sites de streaming, 65. Ambos os números são maiores em relação ao ano passado. Porém, ainda há uma forte ausência de personagens LGBTQ não-caucasianos, visto que a maioria continua sendo de pessoas brancas.
"Como cada um de nós vive na interseção de muitas identidades, é importante que os personagens da televisão reflitam a completa diversidade dentro da comunidade LGBT; os roteiristas devem construir personagens com cuidado e precisão. Devem rejeitar estereótipos ultrapassados ou nocivos e evitar personagens-símbolo que sejam encarregados por representar uma comunidade inteira sob a visão de uma única pessoa", escreve Sarah Kate Ellis, presidente e CEO da associação.
"Nós testemunhamos um tremendo progresso na televisão desde que a GLAAD começou a rastrear a presença de personagens LGBT há 20 anos, mais ainda há muito trabalho a ser feito e muitas histórias novas e excitantes a serem contadas. Vamos continuar a aplaudir as emissoras e os serviços de streaming que contam essas histórias – e pegar no pé das que não o fizerem."
A associação lembra ainda a recente polêmica que foi recorrente na mídia nos últimos meses após várias personagens lésbicas ou bissexuais terem sido mortas com o intuito de aprofundar o arco narrativo de personagens heterossexuais. O tropo ganhou destaque após as mortes de personagens de séries como The Walking Dead, The 100, Vikings etc. A GLAAD anuncia que as séries das emissoras abertas "falharam com as mulheres LGBT", com mais de 25 personagens sendo mortas desde o dia 1º de janeiro.
Leia o relatório completo aqui.