“Eu encontrei uma maneira de lidar com o mal passando um pouco da conta com o bem” (Rei Ezekiel)
Após um episódio tão emocionalmente desgastante quanto o primeiro da temporada, The Walking Dead tira o pé do acelerador e volta com mais calma no segundo. “The Well” se dedica a introduzir O Reino na história da sétima temporada, apresentar o seu líder e a história de como ele ganhou seu tigre de estimação – a adorada Shiva. Neste sentido, o episódio – apesar das poucas surpresas – funciona como uma necessária dose de calma após a brutalidade apresentada na semana anterior. É uma espécie de ponto de esperança, refletindo a exata função deste novo grupo de sobreviventes para a dinâmica da história a partir de agora.
Mas não é sem algum estranhamento que este novo grupo é introduzido à dinâmica. O papel de questionar o reinado e a forma de vida pacífica, calma e civilizada do local fica por conta de Carol (Melissa McBride), que protagoniza uma cena hilária em seu primeiro encontro com o Rei Ezekiel (Khary Payton), após Morgan (Lennie James) convenientemente ter esquecido de conta-la que ele é tratado como um rei. E que, a propósito, tem um tigre de estimação.
Apesar do bem-vindo tom cômico de toda esta troca entre Ekeziel e Carol, o momento guarda um significado bastante efetivo. Através da descrença dela na ordem daquele local – que ela considera um circo -, é interessante observar que o Rei se mantém impassível, muito embora tenha notado desde o início a farsa que ela estava escondendo enquanto se organizava para abandonar a comunidade. A resistência de Carol reflete não só o psicológico fragilizado da própria personagem como o espírito de todo aquele universo: Como acreditar que um lugar como O Reino é real, e que a pessoa por trás dele não é mais um cruel tirano vivendo em uma farsa?
De forma complementar, o arco de Morgan reflete o significado da crença que, de fato, haja esperança. Sobretudo no momento em que ele está ensinando o jovem Ben a lutar e posteriormente dialogando com o rapaz, existe uma dedicação visível da direção de cena de mostrar como O Reino é uma comunidade bem-estruturada; Nas HQs, vale destacar, é uma das maiores, atrás de Hilltop, e por isso é necessário mostrar a sua grandiosidade. Todos os momentos mundanos que são retratados – crianças estudando, plantações sendo cultivadas, um jovem em treinamento e uma rotina pacífica – são um necessário contraste com toda a brutalidade executada por Negan no episódio anterior. E é para manter o Reino intacto que Ezekiel não conta aos demais sobreviventes de seu acordo com os Salvadores. Mas por quanto tempo eles conseguirão mesmo manter Negan (Jeffrey Dean Morgan) distante?
Sendo um episódio inteiramente dedicado a apresentar o Reino, “The Well” sofre com uma perda de ritmo e chega a ficar enfadonho em alguns momentos, mas é evidente o carisma de Payton no seu personagem. A dinâmica entre o Rei Ezekiel e Carol é o ponto forte, que deverá ser explorado novamente no futuro – o fim do episódio, se diz alguma coisa, diz que essa história não acabou por aí. Será que há um romance vindo por aí?
O que você achou do episódio? Deixe sua opinião nos comentários. O episódio seguinte, “The Cell”, vai ao ar no próximo domingo, na FOX.