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    Westworld S01E02: Série se aprofunda nos mistérios da trama no segundo episódio

    Veja nossas impressões de Chestnut.

    HBO/Divulgação

    Se o primeiro episódio de Westworld tira o seu tempo para conceder aos espectadores uma visão ampla do parque e todos os pequenos encantos e imensas possibilidades, o segundo começa a apresentar melhor a estrutura funcional da atração. Em Chestnut, o público é reintroduzido ao parque através dos olhos de um novo visitante, ao mesmo tempo que o foco nos anfitriões recai sobre Maeve, personagem de Thandie Newton.

    A principal diferença em relação ao episódio 1 é o fato de a história dar mais atenção a outra anfitriã e não Dolores (Wood). A estratégia acaba sendo uma solução bastante viável para que os episódios não fiquem repetitivos, já que – uma vez que cada um dos robôs é programado para uma rotina específica, acompanhar o mesmo personagem por muito tempo inevitavelmente obrigaria o público a assistir à mesma cena dezenas de vezes ao longo da temporada, exaustivamente.

    Mas, ainda assim, o que acontece com a personagem repete a estrutura já esperada. As alterações em seu sistema fazem com que Maeve quebre a estrutura da sua realidade e continue apresentando ao público a evolução da consciência das máquinas. Quase como o Neo de Matrix, ela é apresentada ao mundo que a controla, mas somente para depois ter o conhecimento apagado de sua mente.

    O que torna a narrativa desta alteração das máquinas algo que a destaca do que já foi feito na ficção científica várias vezes em livros e filmes é justamente essa evolução do subconsciente. O texto deixa claro que os andróides vão criando suas próprias ideias, mas a apresentação em detalhes como a contagem regressiva e a sensação de desespero de Maeve em suas "lembranças" a transformam em uma personagem complexa e com quem é fácil se identificar. 

    Através do novo visitante, William (Jimmi Simpson), o episódio faz um trabalho melhor de provocar um questionamento no público e um certo incômodo. "Como você agiria em um lugar como esse?" é o que eventualmente alguém vai se perguntar enquanto estiver vendo a série. William e seu "amigo" Logan (Ben Barnes) representam o completo oposto um do outro – uma dicotomia que fica óbvia nas cores dos seus chapéus – e são uma representação dos protagonistas do filme original de 1973. O episódio não chega a entregar muito de como será a evolução da trama e de como as várias linhas narrativas vão se misturar, mas deixa claro que existe um plano maior em curso pelas mãos do diretor Robert Ford (Hopkins), em rota de colisão com a "missão" do Homem de Preto (Ed Harris) .

    Curiosamente, talvez de propósito, a dinâmica entre os anfitriões e os arcos de interrogatórios e interação robô/humano são cenas muito mais atrativas que os diálogos entre os programadores do parque. O destaque do episódio fica por conta da cena entre Ford e o garotinho, que parece ser uma versão do diretor. 

    HBO/Divulgação

    O terceiro episódio de Westworld vai ao ar no próximo domingo, às 23h, na HBO.

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