Atenção: Contém spoilers sobre a segunda temporada de Mr. Robot!
Não foi só você. O final de temporada de Mr. Robot deixou muitas perguntas no ar e histórias em aberto. 12 episódios, um Emmy e muitos quebras-cabeça depois, a série finalmente pode esclarecer alguns pontos de sua segunda temporada e dar pistas do que está preparando para seu terceiro ano.
O produtor e roteirista Sam Esmail concedeu algumas entrevistas explicando alguns dos principais questionamentos. Hora de sanar as dúvidas!
Qual é o jogo de Angela?
A enigmática personagem de Portia Doubleday teve ainda mais um nível de complexidade jogado sobre ela com as cenas finais da temporada. Após a ligação que ela recebe de Tyrell, permanece a grande dúvida: O que realmente está acontecendo com a personagem.
Esmail explicou ao THR que o nível de envolvimento de Angela é a pergunta que ele realmente quis deixar com o fim da temporada. "O que é interessante sobre a personagem é que há uma elasticidade em suas motivações. Você acha que ela vai para um lado, e então percebe que ela está indo para outro (...) Você não consegue ler de que lado ela está (...) Agora ela é parte de um grupo que nunca imaginaríamos. Ela mudou mais uma vez. Mas será que isso é uma aliança com Elliot, ou contra Elliot? Isso é uma coisa com a qual iremos jogar de forma interessante na próxima temporada. Um dos filmes favoritos de Tarantino é Jackie Brown, e Jackie Brown faz isso tão bem, eu assisto à metade final do filme, e eu não sei de que lado Jackie Brown está jogando. Eu acho que é muito engenhoso do Tarantino nos manter no escuro por tanto tempo (...) Com Angela, vamos continuar faendo isso, caminhando nessa trilha: Quais são suas verdadeiras alianças e suas verdadeiras motivações?"
Segunda fase do plano da fsociety e o envolvimento de White Rose e o Dark Army
Esmail explica à EW que a ameaça de White Rose e a sua conexão com as plantas de Washington é uma pergunta que os fãs devem ter em mente. O produtor deixou claro também que a terceira temporada irá esclarecer as motivações de Angela, o que White Rose disse a ela para convencê-la e o que realmente aconteceu durante os 28 minutos do penúltimo episódio da temporada.
A respeito da Segunda Fase, o produtor detalha ao THR:
"A E Corp está transferindo todos os seus dados financeiros — títulos, finanças, transações, registros de crédito — para um prédio. O plano deles é digitalizar os papéis em uma tentativa de recriar a base de dados. Sabendo disso, Elliot/Mr. Robot, Tyrell e o Dark Army colaboraram em um plano que iria gerar uma grande explosão no datacenter. Se eles conseguirem, qualquer coisa guardada naquele prédio seria destruída. Fase Dois é o próximo passo lógico do plano original da E Corp. Lembra quando Mr. Robot disse que você tem que derrubar um conglomerado pouco a pouco antes que ele desmorone? Os papéis representam mais um dos membros da E Corp."
O sumiço e o retorno de Tyrell Wellick
Desaparecido por quase a totalidade da temporada, Tyrell Wellick apareceu para os atos finais, e muito disso teve relação com o próprio Elliot e sua relação com o Mr. Robot:
"Ele teve aquela realização sobre ele mesmo no fim da primeira temporada. Qualquer noção de diminuir isso em um episódio ou dois (...) seria completamente dissimulada. Sempre pareceu para nós que a única maneira de Elliot processar isso seria entrando em conflito com Mr. Robot, para reconciliar com a forma que ele vive, como ele vai negociar e trabalhar através de [sua vida dupla]. Isso tudo foi previso na ausência de Tyrell, porque assim que ele voltasse, a coisa toda iria explodir. Quer Mr. Robot tenha mentido para Elliot ou o que ele escondeu ele, de repente, a série se torna sobre as maquinações do roteiro, e não é com isso que o Elliot está lidando emocionalmente (...) A ausência de Tyrell foi um subproduto da necessidade da jornada de Elliot para a temporada. Assim que Tyrell voltou, a história retornou para as maquinações, levando o Elliot de volta para a abrangente jornada da revolução."
Darlene, Dom e o FBI
Darlene mal teve tempo de lidar com a morte de Cisco antes de ser confrontada por Dom e pelo FBI. Será que ela vai ajudar a investigação? Para a Variety, Esmail disse apenas:
"Todas as histórias têm sido sobre esses planos acontecendo bem abaixo dos nossos personagens principais sem o conhecimento deles. E tudo vai valer a pena no fim. Dom diz ao seu chefe: sua intenção é virar Darlene para o lado deles, para pegar o homem do meio, nesse caso, Tyrell. Na terceira temporada, nós vamos explorar se e como isso será possível."
Qual é a daquela cena pós-crédito?
Se a cena pós-crédito da primeira temporada mostrou Phillip Price e White Rose, dessa vez o público viu Mobley e Trenton, que mudaram para a costa Oeste de Hollywood, sendo abordados por Leon, que sabemos ser um agente do Dark Army. Esmail conta de onde veio a decisão de encerrar a série desta forma:
"Estamos fazendo duas coisas. Obviamente, respondendo o mistério sobre para onde Mobley e Trenton foram. E também estamos armando outra dinâmica nesta teia que criamos, o que talvez seja a solução para tudo isso. Pode haver uma solução para reverter o hack. Se isso é ou não relevante para alguém, se alguém quer ou não fazê-lo a este ponto, isso é questão de debate. Mas para adicionar à mistura — e se você puder consertar o que começamos — é uma coisa que sentimos que seria uma dinâmica interessante para a terceira temporada. O outro lado disso é que toda a série tem sido sobre esses caras que querem mudar a sociedade, e é claro que eles não pensaram em tudo. Eles agiram mais por impulso e eram um pouco ingênuos nessa decisão. Nós vimos na segunda temporada que isso não era exatamente o que eles esperavam (...) Agora nós temos esses dois revolucionários dizendo, 'Vamos colocar tudo no lugar' Isso traz questões interessantes: Assim que você quebra alguma coisa, tem forma de consertar? Ou você fez uma coisa tão drástica que a mudança é irrevogável? Que não tem volta? É essa a questão na qual estávamos interessados em explorar daqui em diante."
Até 2017, Elliot.