Após meses de especulação, dezenas de materiais promocionais falsos e uma quantidade dolorosamente alarmante de desinformações, a sexta temporada de American Horror Story enfim revelou qual é o seu tema. E a dúvida é: A resposta fez jus à expectativa?
Fique atento a spoilers e não continue a ler o texto caso não queira saber detalhes da trama antes de assistir ao primeiro episódio!
O episódio intitulado apenas "Capítulo 1" introduz American Horror Story: My Roanoke Nightmare, e traz Cuba Gooding Jr. e Sarah Paulson atuando juntos novamente, após o sucesso da primeira temporada de American Crime Story, mas dessa vez em um novo contexto. Aqui, eles interpretam o casal Shelby e Matt, e protagonizam uma trama que mistura uma lenda do passado com um tipo de falso documentário.
O episódio inicia com um aviso de "inspirado em eventos reais", e com uma estrutura de falso documentário, mostra duas versões para o casal protagonista. Na primeira, eles são vividos por Lily Rabe e André Holland, que contam a história diretamente para a câmera, como se estivessem no tempo presente, narrando para um programa de TV ou documentário; na segunda, Shelby e Matt são Paulson e Gooding Jr, que fazem a reencenação dramática à medida que Rabe e Holland narram os acontecimentos.
Dos poucos detalhes que haviam sido adiantados por Ryan Murphy, sabia-se que a sexta temporada de AHS teria alguma coisa envolvendo crianças e mesclaria, de uma forma, passado e presente. Assim, My Roanoke Nightmare desenvolve-se a partir de uma lenda que – curiosamente – havia sido mencionada na primeira temporada da série, por Billie Dean Howard (Sarah Paulson). Os misteriosos eventos aconteceram em 1590, quando todos os 117 membros da colônia de Roanoke morreram inexplicavelmente, do dia para a noite. O local ficou conhecido como a Colônia Fantasma, e o espíritos dos mortos assombravam nativos de tribos vizinhas, levando-os à morte. Tentando se livrar deles, um dos sábios tentou conjurar uma maldição ao dizer uma única palavra, que foi então encontrada gravada em um poste na cidade fantasma: Croatoan.
Mais de cinco anos depois de ter sido apresentada em Murder House, a lenda de Roanoke dá o tema para a sexta temporada da antologia de terror de Ryan Murphy e Brad Falchuk. O capítulo 1 marca o início da história do casal Shelby e Matt, quando eles se mudam para uma casa bastante suspeita (e com todos os ares de mal-assombrada), e é lá que – tchã-rã – “coisas estranhas” começam a acontecer. Sem saber, o casal teria iniciado sua incursão na lenda de Roanoke, entrando no caminho dos espíritos dos moradores da colônia (entre eles, a personagem de Kathy Bates), que fazem aparições e criam inexplicáveis situações – como, aparentemente, o fato de Shelby ter ido ao encontro deles no passado, ao fim do episódio.
Existe um certo ar que remonta ao A Bruxa de Blair neste início da temporada, e se o segredo ao redor do tema for algum indicativo – afinal de contas, 2016 tem sido o ano das continuações secretas de filmes found footage –, é de se esperar que a construção das cenas de suspense, as relações de intriga entre os personagens e principalmente cenas na floresta, de fato lembrem o longa de 1999.
A estratégia de manter o tema em segredo até o lançamento da temporada já teria, por si só, despertado a curiosidade dos fãs e aumentado suas expectativas para o retorno da série, mas a nova dinâmica e a estrutura em falso-documentário, ousada e revigorante, trazem um diferencial ainda maior. Existe um clima estranho de segurança em relação aos personagens, uma vez que o espectador é levado a crer, desde o início, que eles estão bem e vivos e, portanto, nada de mal irá acontecer com eles ao longo dos episódios. Será que é isso mesmo ou a produção tem algum outro segredo?
Descobriremos ao longo das semanas.
American Horror Story: My Roanoke Nightmare estreia no Brasil nesta quinta-feira, na faixa da 0h, no canal FX.