Lançada em abril de 2015, a primeira temporada de Demolidor mostrou que a parceria entre Marvel e Netflix não estava para brincadeira, oferecendo um universo amplo e um clima sombrio, bem diferente dos filmes dos Vingadores e de séries como Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D.. O primeiro ano serviu para introduzir heróis e vilões. Agora, chegou a vez da segunda temporada estrear na Netflix.
O AdoroCinema já conferiu todos os 13 episódios da nova temporada e gostou muito do que viu. A série começa praticamente no mesmo ponto em que terminou. Após superar Wilson Fisk, Matthew Murdock, Foggy e Karen tentam seguir o dia a dia com o escritório de advocacia, que mal consegue sobreviver. Advogado durante o dia, Matt veste a roupa do Demolidor à noite, enfrentando criminosos que insistem em tomar as ruas de Nova York, especialmente de Hell's Kitchen.
O problema é que, agora, Matt terá que enfrentar não apenas mafiosos e criminosos, ele também deverá lutar contra justiceiros que se inspiraram nele, mas que adotam uma conduta muito mais radical. É o caso do Justiceiro. O clássico personagem da Marvel entra para a série fazendo barulho e já deixa a torcida para que os boatos de série-solo do personagem se confirmem, embora não haja qualquer informação oficial sobre isso.
Não vamos dar maiores detalhes sobre a trama para não estragar a experiência de ninguém, mas podemos adiantar que não irão se decepcionar pelo Justiceiro vivido por Jon Bernthal, o Shane de The Walking Dead. O personagem tem uma presença incrível em cena e suas interações com o Demolidor são todas memoráveis.
Quem também aparece na nova temporada é a Elektra (Elodie Yung), misteriosa mulher que tem um passado com Matt e retorna para sua vida para combater uma nova ameaça estrangeira ao universo de Hell's Kitchen. Muito bonita, Yung surge como uma bomba no dia a dia do herói, se mostrando nada previsível ou estável.
As presenças de Justiceiro e Elektra fazem Demolidor se deparar com um conflito que permeia toda temporada: Deve ele também ir além e assassinar seus inimigos? De certa forma, lembra um pouco o conflito do Homem Morcego de Batman - O Cavaleiro das Trevas. O problema é que, na série, não temos um antagonista tão radical como aquele Coringa de Heath Ledger. O Justiceiro está mais para um anti-herói do que para um vilão. Os vilões aqui são ameaças misteriosas. Cria-se um suspense, mas não passa em momento algum a sensação de que tudo está perdido.
Charlie Cox segue excelente como o Demolidor, enquanto que Deborah Ann Woll e Elden Henson são menos coadjuvantes do que na temporada anterior. Eles possuem cenas importantes no novo ano e prometem continuar crescendo como personagens.
A nova temporada de Marvel's Daredevil (no original) tem como mérito principal inserir personagens fortes sem necessariamente tumultuar a narrativa. Não há nenhum momento em que coisa demais está acontecendo em cena. Todas as interações são muito bem pensadas e conduzidas. E algumas participações especiais são bem legais, sejam personagens vistas na temporada anterior, seja de outra série (alguém falou em Jessica Jones?).
Quem se empolgou com toda ação da primeira temporada não irá se decepcionar com o novo ano. Se a clássica cena do corredor da temporada passada foi inesquecível, agora acontece o mesmo em uma sequência já no segundo episódio, com Matt lutando com vários criminosos. É brutal. E empolgante. O mesmo pode ser dito de uma cena dentro de um presídio.
Além de cenas de ação bem coreografadas, a série mantém a qualidade técnica e visual da temporada anterior. Sem um vilão tão marcante como Fisk, o novo ano sofre uma pequena queda de qualidade em sua segunda metade. Situações individuais envolvendo Matt, Foggy e Karen são mal exploradas. Se na primeira temporada (e na metade inicial da segunda) o espectador também se deparava com grandes cenas em que Matt não veste a roupa do herói, nesta parte final fica torcendo para a ação voltar logo, porque todo o resto parece enrolado e bobo demais.
Agora, é torcer para a Netflix anunciar logo a produção da terceira temporada. E tudo leva a crer que isso vai acontecer em breve.