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    RioContentMarket 2016: "Eu odeio escrever", revela roteirista de Arquivo X, Homeland e 24 Horas

    "Porém, gosto de ter escrito", pondera o produtor Howard Gordon, além de comentar a atual era de ouro da televisão.

    THR

    Howard Gordon é um dos grandes produtores da televisão norte-americana, tendo realizado algumas séries com status de jovens clássicos, como Arquivo X, Buffy, a Caça-Vampiros e 24 Horas. Também roteirista, ele surpreendeu a todos os presentes no RioContentMarket 2016 ao dizer que odeia escrever. Mas ponderou: "Gosto de ter escrito. Espero que a tradução simultânea se atenha a esse detalhe”, brincou Gordon, que já revelara a experiência estressante de conciliar sua atuação na TV com o processo de escrita de seu livro, "Hard Target".

    Mediada pelo jornalista Mauricio Stycer, a entrevista com Howard Gordon foi conduzida com esse tom de descontração. O produtor e roteirista contou suas experiências ao longo de 30 anos de carreira e como a televisão evoluiu até alcançar o patamar atual — que ele trata como uma era de ouro. "Os autores não têm tantas restrições como antigamente, tão ligadas a questões como anunciantes e os intervalos para o comercial", apontou Gordon.

    É consensual. No mesmo dia, Steve Golin (True Detective) falou da liberdade que se tem hoje para escrever um episódio de 42 minutos ou uma hora, sem interrupção, de acordo com a necessidade daquela história, naquele ponto. "Uma produção pode ter oito ou cem capítulos", acrescenta Gordon. Melissa Rosenberg (Jessica Jones), por sua vez, comentou quão mais fácil é prender o público numa série de casos da semana, procedurais, em torno de casos policiais ou médicos. Um modelo eficiente, porém saturado.

    "Há poucos anos, não era possível comprar produções serializadas. Os canais exigiam que cada capítulo tivesse um encerramento da trama", conta Gordon, que não via potencial em um de seus grandes sucessos justamente por isso: "Pelo formato, achei que 24 Horas seria um nobre fracasso. Felizmente, estava errado". 

    Segundo ele, o timing da série, realizada na esteira dos atentados de 11 de setembro, contribuiu para o retorno positivo: "Jack Bauer tornou-se um personagem diferente, enxergavam-no como um herói americano combatendo vilões e a burocracia, e que, aos poucos, foi se tornando mais sombrio".

    Por fim, o produtor de Homeland discutiu um tema muito delicado na TV: a hora certa de terminar uma série. "Sempre queremos acabar bem, honrando os personagens, mas quando temos uma mina de ouro nas mãos, qual é a hora de parar? É muito mais difícil do que começar, tanto para autores quanto para o público. Ambos se apegam aos personagens", finalizou o autor.

    Howard Gordon tem uma aposta ousada para 2016: o drama de ficção científica Second Chance. Veja o trailer:

      

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