Quanto do FBI que você vê na TV é de verdade? Em meio a tantas séries policiais e de investigação, o Federal Bureau of Investigation está presente em várias produções. Das estreantes, as que se destacam são Quantico, Blindspot e Limitless, e quem acompanha as três provavelmente deve confundir os agentes de um com os da outra. Por isso, o TV Insider conversou com os consultores das séries para responder à pergunta: O que é de verdade e o que jamais aconteceria?
Vale ressaltar que as pessoas que trabalham dando assistência técnica às produções são ex-agentes que já trabalharam diretamente com a Agência de Investigação, e por isso sabem melhor do que ninguém o que pode e o que não pode.
Em Blindspot – exibida no Brasil pela Warner, e em Limitless, do Canal Space, dois civis são rapidamente integrados às equipes correspondentes do FBI. Na primeira, Jane Doe (Jaimie Alexander) é encontrada sem memória no meio da Times Square, com o corpo coberto por tatuagens recentes, e devido às suas habilidades com armamento e auto-defesa, a equipe decide dar a ela uma arma e um colete à prova de balas, e ela vai a campo junto aos agentes para resolver os assuntos relacionados ao seu caso. A Diretora Executiva da Sociedade de Ex-Agentes do FBI, Nancy Savage, diz que enquanto intérpretes ou informantes podem ser trazidos aos casos, eles jamais iriam para as ruas: "É mais provável que nós iríamos mantê-los clandestinos. Você usa a informação, mas não revela quem eles são", explica.
Já na versão televisiva de Sem Limites, Brian Finch (Jake McDorman) é utilizado como consultor quando está sob influência da droga NZT-48, podendo acessar toda a capacidade de seu cérebro. Será que o FBI iria mesmo usar uma pessoa alterada para ajudar a resolver casos? Nesta situação, o espectador precisa realmente mergulhar na história e aceitar algumas ficções para aproveitar melhor o enredo.
Protocolo de Treinamento
Quantico, exibida no Brasil pela AXN, mostra o treinamento dos futuros agentes na base localizada em Quântico, na Virginia. A série é focada na agente em treinamento Alex Parrish (Priyanka Chopra), que é acusada de ser uma terrorista infiltrada enquanto tenta provar a própria inocência.
A consultora Veronica Maxwell afirma que "Se eles me fizerem uma pergunta específica sobre os esforços operacionais, eu digo o que posso sem revelar o que é informação sensível. Mas depois disso, eles continuam o que estão fazendo com licença criativa, e eu estou ciente do fato de que isso é, no fim, entretenimento televisivo".
Ou seja: O treinamento do FBI não é tão divertido como parece na série. Savage explica que a base operacional é bem parecida, mas os momentos dramáticos – incluindo exercícios de investigação do passado uns dos outros, são puramente ficcionais e, na realidade, são considerados uma séria invasão.
Facilitadores
Nancy Savage também explica que outra diferença é a velocidade. “Você não liga um computador e cinco minutos depois tem o perfil inteiro de uma pessoa”, conta. “Alguns bancos de dados são integrados, mas você precisa passar por diferentes fontes para reunir e sintetizar tudo o que precisa.”
Apesar disso, é natural que o espectador não esteja necessariamente preocupado com a exatidão técnica de uma série de TV fictícia. Os criadores admitem que existem essas diferenças bem perceptíveis, mas ainda assim eles desejam entender o FBI e suas políticas internas e externas. E, no fim, o mais divertido desses programas é justamente acompanhar a solução de um caso de maneira diferenciada: “A promessa que estamos fazendo à audiência é que você não vai ver os casos se desenrolarem da forma mais típica possível”, finaliza Craig Sweeny, produtor executivo de Limitless.
