Destaque das telinhas do FX nas noites de domingo, The Strain estreou recentemente sua segunda temporada. Durante a última San Diego Comic-Con, o AdoroCinema participou de uma rodada de entrevistas com a equipe da produção. Infelizmente, Guillermo del Toro não esteve presente. Mas todo resto estava lá. Confira abaixo, o que de melhor aconteceu.
CINCO TEMPORADAS
O showrunner Carlton Cuse, conhecido pelos trabalhos em Lost e Bates Motel, revelou que os realizadores trabalham com um projeto de cinco anos para a produção. “Inicialmente, estávamos pensando que cada livro geraria uma temporada. Mas a partir da produção da série fomos criando novos personagens. Guillermo, Chuck e eu, então, decidimos trabalhar com um plano de cinco temporadas e não apenas três. Esta temporada (a segunda) será sobre a primeira metade do livro dois. A próxima será sobre a segunda metade. Aí teremos as temporadas quatro e cinco sobre o livro três. Já temos um final à vista. É uma história com começo, meio e fim”, disse.
Um dos destaques da produção, Kevin Durand afirmou: "É muito empolgante (saber dos planos pra cinco anos), mas também é muito empolgante saber que a segunda temporada também se afasta um pouco da história original. Você tem uma ideia do que está acontecendo, mas também fica curioso para ler cada roteiro."
O plano de cinco temporadas também agradou o autor do livro e produtor executivo Chuck Hogan. “A vantagem é que existe uma evolução clara. É certo que existem três livros e cinco temporadas planejadas, mas também criamos muita coisa nova para a série”, revelou.
Todos os presentes confirmaram os planos para cinco anos, mas Mia Maestro não quis considerar isso como algo absoluto: “Acho que nossos roteiristas estão trabalhando temporada por temporada. É empolgante ter os livros, mas também ir pra longe dele e ser surpreendida pelo roteiro. São tantas coisas novas.”
DESAFIOS
O protagonista Corey Stoll, visto recentemente como o vilão de Homem-Formiga, falou sobre o desafio que é para um ator entrar em um longo projeto como este: “Um desafio de trabalhar na TV, que é diferente do cinema e do teatro, é que você sente que deve manter o percurso do seu personagem indefinidamente. Isso pode levar você a perder um pouco da vibração. Em House of Cards eu tinha aqui arco de apenas 11 episódios e sabia desde o início que seria assim. Aqui, estamos falando de um arco de 50, 60 episódios. É uma trajetória maior se considerarmos onde começamos e onde vamos acabar. Acho um desafio trabalhar em uma série com centenas de episódios.”
DIFERENÇA DO SEGUNDO ANO
Cuse destacou que a atual temporada é a que mais se afasta dos livros de Hogan. “Acho que a segunda temporada tem 80% de material original. Temos alguns pontos importantes do segundo livro, mas foi mais uma questão de pegar o material e fazer o melhor possível com ele. Com outros roteiristas, criamos uma trama envolvente e repleta de novas ideias. Trabalhei muito próximo do Chuck, que escreveu os livros. Acabamos fugindo um pouco do livro. Temos novos personagens, com novas histórias. Foi muito legal expandir este universo dos livros.”
Por sua vez, Hogan disse que “a primeira temporada foi para estabelecer este mundo e criar o mistério. Já a segunda é para trabalhar este universo. Tem mais ação e não apenas questionamentos.”
TRABALHO COM GUILLERMO DEL TORO
Del Toro fugiu da conversa, mas esteve presente nas falas de toda equipe. Um a um, eles revelaram como foi trabalhar com o cultuado diretor de O Labirinto do Fauno. “Tenho uma ótima relação com ele, é uma relação bem complementar. Eu escrevo as histórias e os roteiros, edito, cuido de boa parte da seleção do elenco. O Guillermo colabora com a escolha do elenco principal. E cuida dos efeitos visuais, da criação das criaturas, do trabalho de cores. Foi diretor de segunda unidade de alguns episódios. O meu foco é em contar a história e ele é incrível na construção visual da série. Funciona perfeitamente”, começou Cuse.
Os elogios seguiram com Durand: “Todo mundo sabe que o Guillermo é um gênio. Somos todos beneficiários dos pesadelos que ele tem desde criança. É uma honra entrar neste universo da mente dele, que é tão detalhada e criativa. Estou sempre empolgado para chegar ao trabalho todos os dias. Eu devo muito pro Carlton, que me chamou pra fazer Lost um tempo atrás. Ele é brilhante. Tudo que toca vira sucesso. Quando fiquei sabendo que ele e Guillermo queriam me encontrar para The Strain, eu já disse ‘sim’. E nem sabia sobre o que era The Strain. Depois que fui ler o livro.”
Intérprete de Abraham Setrakian, David Bradley continuou: “O Guillermo tem uma visão diferente deste universo dos vampiros. Os filmes do Drácula sempre o tornam um personagem glamoroso, meio sexy. Ele joga esta ideia pela janela.” A atriz Natalie Brown (a vampira Kelly) fechou o momento "I Tem sido um sonho e um pesadelo. O que acontece com a Kelly é um pesadelo, mas trabalhar com ele e poder dar vida a sua imaginação é um presente para todo ator.”
EVOLUÇÃO DOS PERSONAGENS
“Eph adquiriu uma maior habilidade física, aprendeu a lidar com espada, arma. Mas ele ainda usa seu talento como cientista. O grupo agora se dividiu em dois. Setrakian tem a sua forma de tentar destruir o Mestre. Já Eph e Nora têm outro jeito, usando suas habilidades em ciência e bioquímica. Não estou mais naquele lugar de ser sempre o cético. Agora, admito que vampiros são reais, mas continua usando seus talentos”, revelou Stoll sobre as mudanças em seu personagem para a nova temporada.
Bradley também falou sobre o novo Setrakian: "Acho que ele estará um pouco mais velho e um pouco mais esperto. Como viram na primeira temporada, ele errou feio em sua tentativa de matar o Mestre, o que acaba afetando-o."
PRINCIPAL QUALIDADE
Questionado sobre o principal mérito da produção, Corey afirmou: "É um grande entretenimento. Eu conferir a primeira temporada pela televisão. Os primeiros episódios, eu assisti sozinho. Mas percebi que era mais divertido assistir na casa de amigos, em grandes grupos. É muito divertido ver como o seu amigo reage diante de uma cena assustadora. A série não se leva à sério demais, mas também não deixa completamente de se levar à sério. É bem balanceado. É divertido, não é apenas sobre este horror depressivo."