A Netflix propôs uma grande revolução no mercado audiovisual. Dentre tantas inovações, disponibilizar séries inéditas já com temporadas completas surgiu como uma oferta sedutora aos fãs mais ansiosos. Mas, e para o negócio? A empresa de serviço online já repensa o modelo. Curiosamente, a televisão segue na contramão, testando o formato inovador. Vamos à discussão!
"Eu sinto falta de ver as pessoas na mesma página. Eu sinto mesmo falta de poder entrar na internet e discutir [sobre o episódio passado] no dia seguinte", opina Jenji Kohan, criadora de um dos primeiros sucessos a experimentar o modelo Netflix, Orange Is the New Black. Apesar da reflexão, Kohan resigna-se: "Mas é meio que perda de tempo lamentar isso, pois não é esse o modo como a nossa série é exibida."
O lamento de Jenji Kohan pode ser justificado pela alegria de Matthew Weiner. O criador de Mad Men viu a atração da AMC atingir altos níveis de repercussão na mídia em seus episódios finais. E o autor não gostaria nada de abrir mão disso, dizendo que, se criasse algo para a Netflix, pediria que os episódios fossem liberados aos poucos em prol de algo que ele julga essencial: "experiência compartilhada". "Eu amo a espera, a marinação", completou.
Sucesso mundial, tendo superado uma tendência e tornado a terceira temporada de House of Cards mais repercutida que as anteriores, a Netflix já revê seus conceitos. Silenciosamente, o serviço online está disponibilizando Between semanalmente, de acordo com sua exibição na TV canadense. Mais que uma eventualidade, a ocasião serve como um teste, já que tanto especialistas, como os próprios dirigentes da Netflix, reconhecem que lançar todos os episódios de uma vez restringe os limites de exploração de uma série nos veículos de comunicação.
Talvez nunca se chegue a um veredito sobre qual modelo é melhor, especialmente por que números de audiência são apenas parte da conta final sobre o sucesso de uma série ou de sua exibidora. Portanto, não surpreende que serviços de streaming nos moldes da Netflix tenham adotado caminhos distintos: se a Amazon seguiu o modelo da empresa pioneira, o Yahoo disponibiliza Community semanalmente, ao passo que o Hulu projeta transitar do primeiro para o segundo. Complexo.
Assim sendo, a diversidade pode ser a maior saída para esse momento de reflexão sobre a TV em 2015. Na dianteira desse pensamento, então, surge a NBC: a emissora norte-americana exibe hoje à noite a estreia de Aquarius. Aos espectadores empolgados com o especial em dois episódios do thriller estrelado por David Duchovny, a grande notícia: a série de drama e crime estará disponível, completinha, na página oficial da emissora.
Agora é com você: qual modelo é o seu predileto?