A 5ª temporada de Game of Thrones tem dado o que falar. Seja os leitores dos livros comentando as alterações que vêm sendo feitas na produção televisiva, seja os destinos cada vez mais definitivos dos personagens principais, a série tem sido tema de várias discussões, por vezes polêmicas. Mas não são somente os leitores de George Martin que estão reclamando das decisões de David Benioff e D.B. Weiss, produtores executivos da série. A própria editora de Martin, Jane Johnson, recorreu ao Twitter para dar voz à sua revolta.
Johnson é escritora responsável pela edição das obras de George Martin pela HarperCollins. Apesar de ter influência nos livros, ela não pode interferir em nada em relação à série.
Não é novidade que o formato de TV precise recorrer a algumas alterações em relação aos livros para encaixar a história em uma temporada de 10 episódios. Embora algumas dessas modificações não sejam muito significativas, nos últimos episódios cada vez mais personagens importantes têm recebido destinos muito diferentes do que realmente acontece em “As Crônicas de Gelo e Fogo”. Alguns desses personagens são Sor Barristan, o Ousado (Ian McElhinney) e Loras Tyrell (Finn Jones), isso sem falar em Sansa Stark (Sophie Turner). E é deles que Johnson comenta:
A 5ª Temporada de Game of Thrones está trapaceando agora. #Loras
Quando seus seguidores perguntaram o que ela queria dizer com isso, ela explicou:
Você discorda das mudanças? Loras é tão unilateral na série.
Nunca gostei de eles o transformarem em uma caricatura gay na série de TV: a caracterização é muito mais sutil nos livros.
Nos livros, a caracterização de Loras (Jones) vai muito além de sua sexualidade, e ele é um cavaleiro muito importante para os eventos que ocorrem em Porto Real. Já na série, toda a sua história praticamente se restringe ao fato de ele ser gay.
Em relação a Barristan (McElhinney), a editora desabafa:
O que? #GameofThrones Não estou gostando dessas enormes divergências. Leia os livros se você quiser conhecer a história da forma que o autor quis conta-la.
Muitas pessoas saíram em defesa da série, alegando que o próprio autor dos livros tem poder de decisão em relação às mudanças feitas para a televisão. Entretanto, isto não é bem verdade, já que a produção executiva de Game of Thrones tem total poder de decisão em relação aos rumos do programa. Martin é um consultor, mas não dá a palavra final, que fica a cargo de Benioff e Weiss. Este ponto foi ressaltado por Elio M. García Jr. e Linda Antonsson, criadores do website Westeros.org e colaboradores de Martin na enciclopédia O Mundo de Gelo e Fogo, que conta a história prévia dos Sete Reinos.
George R. R. Martin é um dos produtores e decide o que acontece na série.
Ele comentou que se a HBO quisesse que alienígenas invadissem, ele não poderia impedir. Ele aconselha, mas não decide.
Além das mudanças para Loras e para Sansa (Sophie Turner) - que noticiamos aqui, o episódio 5, The Sons of the Harpy, desvendou um trágico desfecho para Barristan Selmy, o que deixou muita gente entristecida. A história do Cavaleiro foi tragicamente encurtada e, por isso, episódios seguintes em que ele se destacaria em Meeren ficarão de fora – ou serão executados por algum terceiro personagem.
Antes do início da temporada, os produtores já haviam deixado claro que haveria modificações drásticas. Fica cada vez mais claro que a série caminha para se diferenciar dos livros e tomar um rumo próprio. Mas é preciso tomar cuidado para isto não ferir a obra original.
Game of Thrones vai ao ar todos os domingos na HBO, às 22h.