O inverno é longo e a espera é demorada mas, após um ano no aguardo, a quinta temporada de Game of Thrones finalmente está chegando. A amplamente elaborada trama de D.B. Weiss e David Benioff, baseada nas crônicas de George R.R. Martin, agora se ampara nos livros quatro e cinco, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões, e por isso chega cada vez mais perto de revelar detalhes desconhecidos até mesmo para os mais ávidos leitores de As Crônicas de Gelo e Fogo. A história vai ficando cada vez mais complexa, à medida que personagens distantes vão se encontrando e destinos vão sendo revelados.
Mas, com tantos nomes, famílias, personagens e lugares disputando espaço em cena, é normal que se esqueça uma coisa ou outra das temporadas anteriores. Por isso, antes de embarcar nos próximos episódios, não faz mal relembrar do que já aconteceu até agora.
Atenção: Contém detalhes do enredo da quarta temporada. Se você ainda não assistiu, cuidado com os spoilers!
A quarta temporada nos deixou em um momento crucial da história: depois de escapar da morte com a ajuda de Jaime (Nikolaj Coster-Waldau), Tyrion (Peter Dinklage) se vinga de seu pai da maneira mais radical possível, e dá fim à vida de Tywin (Charles Dance) e de Shae (Sibel Kekilli), fugindo de Porto Real com a ajuda de Lorde Varys, o “Aranha” (Conleth Hill). Quem também fugiu de “Kingslanding” foi o Lorde Petyr Baelish (Aidan Gillen), que levou Sansa (Sophie Turner) aparentemente para salvá-la dos Lannister. Os dois estão abrigados no Ninho da Água, onde Mindinho, que faria nada sem benefício próprio, é o novo Lorde Comandante.
Já Stannis Baratheon (Stephen Dillane) continua buscando aliados a norte de Westeros. O pretendente ao Trono de Ferro termina a temporada abrigado na Muralha, e Jon Snow (Kit Harrington) ganha um estranho novo amigo. O objetivo de Stannis, e de sua fiel aliada de vermelho, Melisandre (Carice van Houten), é recrutar um exército para a sua causa.
Para a Mãe dos Dragões, nada poderia ser muito fácil. Daenerys (Emilia Clarke) passou a quarta temporada liberando escravos e conquistando “filhos” nas cidades livres de Westeros. Em Meeren, ela fez todos os escravos livres e crucificou os seus Grandes Mestres, e estava pronta para rumar para Westeros com seus dragõezinhos (que agora já não são mais tão pequenos!). Mas, quando ela descobre que a cidade voltou ao regime escravocrata, ela decide ficar e promover a abolição completa. E, vale lembrar: tudo isso sem a ajuda de Sor Jorah Mormont (Iain Glen), que ela baniu de sua companhia após descobrir que ele foi um espião para o Rei Robert (Mark Addy).
Daqui em diante
O que esperar da nova temporada de Game of Thrones? Além de uma Cersei (Lena Headey) enfurecida precisando lidar com a futura nora Margaery (Natalie Dormer) e controlar seu filho, o pequeno Rei Tommen (Dean-Charles Chapman), novos personagens serão adicionados à história: Jonathan Pryce vai interpretar o novo Alto Septão, que promete dar trabalho aos Lannister. Em Dorne, as filhas do já falecido Oberyn Martell (Pedro Pascal), as Serpentes de Areia, também irão executar importantes papéis na história.
Para a parte da imprensa americana que já assistiu aos quatro primeiros episódios da temporada, esta é a “melhor temporada de Game of Thrones.” Seja porque a partir de agora novos personagens começam a ter destaque, ou porque alguns rumos são finalmente definidos, este é provavelmente o grande momento da história. Em uma altura em que muitas grandes produções começam a definhar por falta de roteiro, Game of Thrones faz justamente o contrário, e cresce. E, justamente por isso, a produção televisiva agora tem a coragem de se distanciar dos livros e tomar o próprio rumo:
"Nos quatro primeiros episódios da temporada 5, fica claro que a série tomou uma decisão, e está se definindo como uma entidade própria. Mantendo a obra de Martin intacta, é claro, ela agora não tem medo de contar novas histórias," escreveu Richard Lawson em sua crítica para a Revista Vanity Fair. A série não teme modificar o rumo de alguns personagens, para conseguir narrar a história de maneira adequada ao formato televisivo.
Um fato que se mantém, e que foi bastante destacado em críticas, é o ritmo dos episódios. O grande número de personagens espalhados em diversos lugares torna complicado criar uma narrativa longa, e faz com que um episódio tenha que se dividir entre vários lugares, e não possa se alongar em uma determinada cena por muito tempo.
"Pequenas porções da história são moderadamente distribuídas, e nunca recebemos um arco maior que tem a possibilidade de 'respirar' e se alongar pelo curso de uma hora de episódio. Mas esse é, de fato, o maior entrave de GoT, que continua a encantar até em seus momentos mais lentos," escreveu Tim Goodman para o The Hollywood Reporter.
De maneira geral, ‘Thrones’ continua mesclando os elementos que fazem dela este grande sucesso, e o programa de TV mais assistido da HBO: Grandes personagens, cenários bonitos, uma narrativa difícil de resistir, e muitos jogos de intriga. Para Liz Shannon Miller, do IndieWire, “apesar da dificuldade em representar a ‘diversidade racial’ presente no mundo moderno, a série é capaz de encontrar a humanidade de cada um, seja com uma feiticeira manipuladora, um eunuco cheio de planos, ou uma população inteira de ex-escravos oprimidos.”
GoT vai ao ar todos os domingos na HBO, às 22h. Para o primeiro episódio da nova temporada, a emissora está com o sinal aberto até o dia 12 de abril.