Erika Green Swafford foi a principal palestrante do primeiro dia do Rio Content Market 2015. Ela subiu ao palco nesta terça-feira, 24 de fevereiro, para falar sobre o trabalho como roteirista em séries de TV. Ela falou, principalmente, sobre a experiência ao trabalhar no time de escritores de The Mentalist e How to Get Away with Murder.
Em um bate papo descontraído, a roteirista falou um pouco sobre o dia a dia de um escritor em Los Angeles, onde todo mundo possui uma ideia. Ela destacou que "um escritor deve estar sempre reescrevendo", afirmando ainda que um trabalho nunca é concluído, mas abandonado.
Green chamou a atenção em um workshop de roteiro promovido pela Warner Bros. e acabou contratada para integrar o time de roteiristas de The Mentalist, isso antes do lançamentos da série, a qual esteve ligada por seis temporadas. Ela admitiu que em um determinado momento foi complicado para a produção manter o mistério acerca do vilão Red John, mas que isso só foi possível pelo formato procedimental da produção. Ou seja, trata-se de uma série que apresenta sempre novos casos. Uma curiosidade revelada pela roteirista foi que Simon Baker não era a primeira opção para Patrick Jane, mas sim David Schwimmer (o Ross de Friends).
Em busca de novos desafios, ela deixou The Mentalist após o sexto ano e acabou convidada por Shonda Rhimes para integrar a equipe de How to Get Away with Murder. A roteirista falou bastante sobre o trabalho colaborativo dos escritores, em que várias pessoas atuam lado a lado para chegar ao resultado final. Ela, por sinal, ressaltou a importância de tais profissionais nas séries. "O roteirista é rei na TV. Diretores são convidados do show e devem apenas seguir as histórias", disse. Ela até lembrou uma situação em que interrompeu o diretor em uma filmagem, o que jamais aconteceria em um filme.
Erika reconheceu que não há muita liberdade em se escrever para a TV aberta, uma vez que o formato exige deixas não apenas no final de cada episódio, mas também antes dos intervalos comerciais. No entanto, ela elogiou o fato de conseguir tratar de temas mais sérios e ainda quebrar barreiras, destacando que a produção se preocupou em mostrar uma relação homossexual como algo do dia a dia, sem criar tabus.
Para fechar, ela elogiou muito o trabalho de Viola Davis, que influenciou várias decisões tomadas pelos produtores (inclusive o número limitado de 15 episódios). Mas a atriz quase não esteve envolvida na produção. Green destacou que o estúdio queria Uma Thurman no papel.