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    Two and a Half Men: Chuck Lorre se vinga de Charlie em episódio final que revisita a história da série

    Saiba tudo que aconteceu no finale da comédia, repleto de participações especiais, boas piadas e surpresas. Portanto, spoilers à frente!

    Após meses de especulação e certa expectativa pelo que poderia acontecer, Two and a Half Men chegou ao fim, enfim, cumprindo promessas e confirmando apenas em partes a pergunta que não calou nos últimos tempos, envolvendo o retorno de Charlie ao episódio final. Se você não se incomoda em ler spoilers de "Of Course He's Dead", vá em frente e saiba tudo que aconteceu com Walden (Ashton Kutcher) e Alan (Jon Cryer), que participações especiais abrilhantaram a hora final da comédia da Warner e como Chuck Lorre pôs um ponto final (ou não) em sua briga com Charlie Sheen.

    Charlie é o personagem que move a trama do episódio final: primeiro, um flashback retorna ao momento de seu enterro e inicia especulações sobre seu paradeiro; depois, Walden e Alan recebem uma carta que prevê ganhos na casa de 2.5 milhões em direitos de seus jingles. Então, Alan inicia uma busca pela certidão de óbito do irmão, a fim de levar para si a bolada milionária. E também se inicia o que de melhor tem o capítulo: metalinguagem.

    Rose (Melanie Lynskey), suposta responsável pela morte do amado, confirma que Charlie está vivo, e conta que o manteve em cativeiro por ter sido traída durante a lua de mel. Nesse momento, a sempre impagável Berta (Conchata Ferrell) tasca: "Eu sabia! Alan, se você se mudar daqui, e Charlie vier morar com Walden, nós podemos empurrar isso aqui por mais cinco anos", disse, numa de muitas piadas envolvendo a longevidade (prolongada) da série.

    Enraivecido, o personagem irá acertar as contas com cada uma das pessoas próximas, embora sempre a distância: envia uma carta de ameaça para Alan e Walden; outra de ódio para a mãe, Evelyn (Holland Taylor); envia 100 mil dólares à filha, Jenny (Amber Tamblyn); também presenteia com dinheiro suas ex-namoradas; e dá um cheque de 250 mil dólares àquele que de fato retorna para uma participação especial no episódio final da série: Jake (Angus T. Jones), que ficou milionário ao apostar sua bolada em Las Vegas e terminou feliz para sempre com uma dançarina japonesa com filhos.

    Os outros convidados especiais foram: John Stamos (Três é Demais), novo marido da ex-mulher de Walden, Bridget (Judy Greer); Arnold Schwarzenegger, numa divertida participação como um policial, Tenente Wagner, que proporciona diversas tiradas ácidas sobre a própria série; e Christian Slater, que Wagner prende pensando ser Charlie – para tranquilidade de todos, que apenas recebem a ligação informando a prisão.

    No deque de sua mansão em Malibu, Alan e Walden, na companhia de Berta, surgem relaxados, até que um helicóptero surge nos céus, levando um piano (!). Alan observa que aquele é o tipo de coisa extravagante que Charlie faria, e Walden questiona se os policiais não poderiam ter prendido o cara errado. Sim! Mas não, para eles não, que não percebem o perigo de Charlie se aproximando...

    É então que Charlie surge. Não Charlie Sheen; Charlie Harper! Um dublê, devidamente caracterizado, como vocês podem ver abaixo. Ao se aproximar da casa e tocar a campainha, o piano cai sobre sua cabeça. Surreal? Mais metalinguagem. O quadro abre e vemos Chuck Lorre, que se vira para a câmera e solta o conhecido "Winning" de Charlie Sheen, somente para também ser atingido por um piano, outro piano. Desenho do Papa Léguas? Não. Um modo de Chuck Lorre dizer que, em sua briga com o astro principal de sua comédia de sucesso, ninguém saiu ileso: nem ele, nem Sheen. Tampouco a série.

    Chuck Lorre, por sua vez, explicou por que um episódio todo baseado em Charlie Harper não teve a participação de Charlie Sheen. O posicionamento oficial mostra que o ranço entre eles permaneceu até o final, com Lorre propondo um final humilhante para Sheen, que, por sua vez, respondeu com ironia – se é que essa versão bizarra é real. O que fica evidente é que, o que quer que parecesse razoável para um lado, soaria excessivo para o outro, e vice-versa, e por isso eles jamais chegaram a um acordo. Confira e comente sua própria conclusão nos comentários abaixo.

    Sei que muitos de vocês devem ter ficados desapontados por não terem visto Charlie Sheen no episódio final dessa noite. Saibam que nós oferecemos a participação a ele. Nossa ideia era que ele chegasse até a porta da casa na última cena, tocasse a campainha, se virasse, olhasse para a câmera e disparasse num discurso louco sobre os perigos do abuso de drogas. Ele, então, explicaria que esses perigos só se aplicam a pessoas comuns. Que ele é muito mais que comum. Que ele é um guerreiro ninja de marte. Que ele é invencível.

    Então, um piano cairia em cima dele.

    Nós achamos engraçado.

    Ele não.

    Em vez disso, ele queria que nós escrevêssemos uma cena comovente que estabeleceria seu retorno ao horário nobre televisivo, em uma uma nova sitcom chamada The Harpers, estrelada por ele e Jon Cryer.

    Nós achamos isso engraçado também.

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