Após o sucesso de House of Cards, Orange is the New Black e Hemlock Grove, a Netflix volta a investir em uma série própria: Marco Polo. Baseada nas desventuras do mercador veneziano, a série terá todos os 10 episódios da primeira temporada lançados em 12 de dezembro. O AdoroCinema pôde assistir ao primeiro episódio desta temporada durante a Comic-Con Experience, no painel realizado pela Netflix, onde os atores Lorenzo Richelmy, Olivia Cheng e Chin Han também marcaram presença. Confira abaixo nossa crítica!
Há muito de Game of Thrones em Marco Polo, o que não significa dizer que esta nova série tenha a mesma qualidade da produção baseada nos livros escritos por George R.R. Martin. A ambientação exótica, situada na Ásia do século XIII, e o uso de violência e nudez como parte da narrativa aproximam bastante as duas séries. O apuro visual e realista é outro ponto em comum.
A trama é baseada na história verídica (até onde é possível averiguar) do mercador Marco Polo, nascido em Veneza e que se aventurou Ásia adentro em suas andanças para vender as cobiçadas especiarias. Neste período ele precisou lidar com Kublai Khan, neto do famoso Genghis Khan, que governava boa parte do continente asiático. Khan, na série, também tem grande importância: é ele o temido e respeitado manda-chuva local, a quem Marco Polo responde após ser "abandonado" pelo pai e tio.
Como todo episódio inicial, este busca situar o espectador diante do universo apresentado. O relacionamento entre Khan (Benedict Wong, bem caracterizado) e Marco Polo (Lorenzo Richelmy, mais um rosto bonito na telinha) fica bastante claro, no sentido da exigência do rei perante seu novo súdito e também de aprendizado. O mercador veneziano é ainda apresentado à arte do kung fu, tendo como professor um lutador cego (Tom Wu, o melhor do elenco) que remete a Zatoichi, filme japonês dirigido e protagonizado por Takeshi Kitano.
Por mais que tenha uma produção cuidadosa, o primeiro episódio de Marco Polo é apenas razoável por não avançar muito na trama principal. Até insinua rumos interessantes a partir de conspirações palacianas e da própria utilização do kung fu, mas nada além disto. Os clipes de episódios seguintes, exibidos no próprio painel da Comic-Con Experience, são bem melhores ao apresentar sequências de luta bem elaboradas e até com uma certa dose de crueldade.
