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    Rio Content Market 2014: Criador fala sobre origem, produção, sexo e referências de Game of Thrones

    Produtor, diretor e roteirista D.B. Weiss falou sobre a série da HBO no segundo dia do evento no Rio de Janeiro.

    por Lucas Salgado

    Um dos principais convidados do Rio Content Market 2014D.B. Weiss (à direita) falou na manhã desta quinta-feira sobre o processo por trás de Game of Thrones, série criada por ele e por David Benioff, que acabou cancelando sua vinda ao evento na última hora.

    Weiss começou a sessão de perguntas e respostas falando sobre o fato de estrearem na TV em uma produção do tamanho de Game of Thrones. Ele admitiu que sonhava, como Benioff, em ser um roteirista de cinema. "Nunca tínhamos feito TV antes e não era algo que pensávamos em fazer", revelou.

    A obra de George R.R. Martin acabou caindo nas mãos deles por acaso. Benioff recebeu o livro para analisar a possibilidade de uma adaptação cinematográfica e acabou aficionado com a história. Ele passou o livro para Weiss, que resume a experiência: "Foi algo viciante. Normalmente, não leio 900 páginas em dois dias, mas foi o que aconteceu. Não fazia sentido fazer um filme e reduzir tudo aquilo a três horas. Seria um tipo de vandalismo."

    Dan Weiss falou que chegaram a apresentar a série para o canal Showtime antes de fechar com a HBO, mas que mesmo com o sinal verde do primeiro, acabaram com a segunda por causa de seu histórico. Ele brincou com sua inexperiência no início das filmagens, admitindo que sabia apenas o que faziam cinco das 500 pessoas no set. No entanto, destacou que nem ele, nem Benioff fingiram que sabiam de algo que não sabiam.

    Os dois criadores se conhecem há 20 anos e costumam escrever um esboço de mais de 800 páginas antes de escreverem o roteiro dos episódios de cada temporada. Eles dividem alguns episódios entre eles, mas também chamam outros roteiristas, além do autor R.R. Martin. Trata-se de uma mega-produção, que muitas vezes conta com equipes diferentes rodando em países diferentes ao mesmo tempo.

    O criador afirmou que possui uma ótima relação com o autor original e que tudo o que faz é pensando em honrar sua obra. Ele apontou The Wire e The Sopranos como duas das principais referências da série, focando sua atenção nos personagens e nos diálogos. Destacou ainda que quer que seu público sinta, ao final de Game of Thrones, o mesmo vazio no coração que ele sentiu ao término de Breaking Bad, que ele descreveu como a melhor história já vista na TV americana. Weiss defendeu a tendência da produção de sempre matar seus protagonistas, usando como exemplo o fato de que por mais que gostasse de 24 Horas, sempre soube que Jack Bauer não iria morrer.

    Ao final do bate papo, D.B. Weiss criticou o fato de muitas pessoas reclamarem do excesso de cenas de sexo e nudez na série, reforçando que o interesse dos produtores é retratar aquele universo com situações que acontecem na vida real. "A ideia de que o excesso de alguma coisa é ruim só se aplica ao sexo nos EUA", reclamou. Ele completou dizendo que ninguém reclama da gratuidade da piada ou da gratuidade da política, mas que todos falam em gratuidade do sexo. "Mostramos o que é importante para a história", concluiu.

    A quarta temporada de Game of Thrones estreia no Brasil no dia 6 de abril.

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