Uma das atrizes mais populares do país, Susana Vieira estreou na TV Globo em 1970 com a protagonista Candinha, de Pigmalião 70. Desde então, construiu uma carreira repleta de personagens marcantes, como a babá Nice em Anjo Mau (1976), a vilã Branca de Por Amor (1997) e a batalhadora Maria do Carmo em Senhora do Destino (2004).
Mas, entre tantos papéis de destaque, há uma novela que ocupa um lugar especial no coração da atriz: A Sucessora (1978), escrita por Manoel Carlos. Aos 36 anos, Susana deu vida à ingênua Marina, uma jovem de 20 anos que se casa com o viúvo milionário Roberto Steen (Rubens de Falco) e precisa se adaptar à nova realidade de luxo – e muitas intrigas.
“Se eu não tivesse tido A Sucessora na minha vida, não seria a atriz que eu sou hoje. Aquilo foi uma escola, eu estudava a noite inteira. O texto do Manoel Carlos é dificílimo, mas, ao mesmo tempo, prazeroso. É o trabalho que eu nunca mais vou me esquecer na vida, foi o meu melhor trabalho na televisão”, afirmou a artista ao site Memória Globo.
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Com seu jeito inocente e romântico, Marina fugia dos perfis que Susana estava acostumada a interpretar, geralmente mocinhas determinadas e ambiciosas, mulheres inspiradoras e donas de si. “Considero [a novela] um marco. Quando eu ficar velhinha e disser assim: 'tenho saudade do meu passado', a primeira coisa que vou rever é A Sucessora”, contou ela ao Vídeo Show.
“Estava internada quando chegou uma câmera”: Após acidente, Susana Vieira foi cortada da novela de forma inesperada – mas deu a volta por cima!O folhetim foi uma das maiores produções de época para o horário das 18h, e o investimento não foi em vão: fez um enorme sucesso no Brasil e no exterior, onde foi vendida para aproximadamente 50 países, incluindo Itália, Suíça, Holanda, Angola e União Soviética.
Sua repercussão no México e em toda a América Latina rendeu a Susana Vieira um convite para atuar na novela mexicana Profesión: Señora, de 1983. Na época, a atriz chamou a atenção do sindicato local de atores por preferir decorar os textos em vez de usar ponto eletrônico, prática comum entre os artistas mexicanos. A postura foi interpretada como um sinal de superioridade.
Do medo ao casamento-relâmpago
Na trama de A Sucessora, Susana Vieira formava par romântico com Rubens de Falco, que havia brilhado como Leôncio da primeira versão de Escrava Isaura (1976), dois anos antes. "Ele era distante e frio comigo, e tinha uma relação com a personagem da Marina muito respeitosa, muito distante. Tinha muito medo dele também", confessou a global à revista Caras.
No entanto, a química do casal em cena deu tão certo que o romance extrapolou os limites da ficção. Após o fim da novela, Rubens e Susana namoraram, casaram-se e chegaram a morar em Portugal por um ano. Nessa espécie de lua de mel prolongada, aproveitaram para fazer um tour pela Europa, além de conhecer países como o Egito e o Irã.
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"O beijo dos nossos personagens fez com que eu me aproximasse fisicamente dele. Eu acho que confundi o personagem com a pessoa, mas foi a primeira vez. Durante a novela, a gente sentiu tesão, mas não rolou. A gente casou, foi pra Europa e ficou dois anos juntos", revelou em uma conversa no programa Encontro, da TV Globo, em 2023.
O casamento acabou por conta da distância, já que, ao retornar ao Brasil, ele se estabeleceu em São Paulo e ela, no Rio de Janeiro. Rubens de Falco faleceu em 2008, aos 78 anos, vítima de uma parada cardíaca decorrente de uma embolia.
Relembre a a trama principal de A Sucessora
Baseada no romance homônimo de Carolina Nabuco, A Sucessora se passa no Rio de Janeiro dos anos 1920 e narra a trajetória de Marina (Susana Vieira), uma jovem com ares de inocência que se casa com o rico viúvo Roberto Steen (Rubens de Falco), proprietário de uma belíssima mansão em uma área nobre da capital fluminense.
Cercada por luxos, a moça encontra dificuldades para se adaptar ao novo estilo de vida e, além disso, precisa lidar com a obsessão de seu marido por Alice, sua primeira esposa, cuja imagem é venerada em um quadro pendurado na sala da residência.
Quem também não permite que a falecida seja esquecida é a governanta Juliana (Nathalia Timberg), que, apaixonada pelo patrão, cria uma rede de intrigas contra a jovem Marina e o casal, decidida a não ver ninguém ocupando o lugar deixado por sua antiga patroa.
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