Há alguns anos, vivemos um autêntico auge do noir nórdico em que as produções desse estilo dispararam, tanto na literatura quanto na pequena e na grande tela. Séries como Bron ou Forbrydelsen se tornaram fenômenos televisivos e colocaram o gênero na moda. Justamente, Forbrydelsen é um de seus títulos mais importantes.
Crônica de um assassinato
Sarah Lund é uma policial de Copenhague que está prestes a se mudar para a Suécia para viver com seu noivo. No entanto, seus planos serão interrompidos quando aparece o cadáver de uma jovem que foi brutalmente assassinada e ela terá que se juntar com seu parceiro, Jan Meyer, para trazer a verdade à luz.
Forbrydelsen é uma série dinamarquesa de 2007 criada por Søren Sveistrup (O Boneco de Neve). Conta com três temporadas e um total de 40 episódios e, como costuma acontecer neste tipo de ficção, cada temporada se concentra em um caso específico.
Protagonizada por Sofie Gråbøl, é a outra pedra angular junto com Bron do fenômeno das séries nórdicas que se desencadeou em meados da primeira década dos anos 2000 e início da seguinte, dando origem a uma autêntica febre televisiva, e até tiveram vários remakes.
De fato, o remake americano está disponível no Disney+, The Killing, com a incrível dupla Mireille Enos e Joel Kinnaman. Em sua 1ª temporada, acompanhamos Sarah Lund em toda a investigação e aos poucos iremos descobrindo as conexões do brutal assassinato com outras áreas inesperadas, como a política ou sua própria escola.
Um dos principais trunfos da série é sua história coral, na qual vamos vendo desde o início como se desenvolvem as subtramas de personagens que aparentemente não têm nada a ver, até que aparecem pistas que mudarão nossas suspeitas sobre o hipotético assassino.
O roteiro sabe brincar com expectativas e surpreender, mesmo quando os suspeitos são personagens que estamos acompanhando e nos quais "confiamos" (até certo ponto, claro). Além disso, a investigação é bastante coerente e não joga a carta de inserir reviravoltas sem sentido por querer surpreender à custa de sua própria verossimilhança.
Outro ponto interessante é a família da adolescente assassinada, por suas ambiguidades (o pai sempre parece ter algo a esconder, o olhar perdido da mãe...) e porque são um foco de tensão que vai aumentando. Uma bomba-relógio que parece prestes a explodir a qualquer momento, embora você não tenha muito claro como.
Menção especial também à própria Sarah Lund, uma dessas protagonistas imperturbáveis que quase nunca fala sobre suas preocupações (ela realmente quer se casar ou no fundo a investigação é uma libertação para ela?) e da qual na maior parte do tempo só poderemos tirar conclusões com base em detalhes sutis.
A 1ª temporada é a mais longa da série, e é verdade que talvez não fossem necessários 20 episódios para o que queria contar, mas deixando isso de lado, continua sendo uma história que prende a atenção e não decepciona com as revelações do final. Por enquanto, a série original não está disponível no Brasil, mas o remake é tão bem-sucedido quanto em narrar essa história.
*Conteúdo Global do AdoroCinema
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