Há 10 anos, dissemos adeus a Agostinho, Lineu, Bebel, Nenê e Tuco. Após impressionantes 14 temporadas no ar, A Grande Família entregou seu último episódio no dia 11 de setembro de 2014, arrancando lágrimas de fãs devotados e marcando a história das sitcoms brasileiras – ao lado de tantas outras preciosidades inesquecíveis, como Os Normais, Tapas e Beijos e Toma Lá, Dá Cá.
Após calar uma série de burburinhos sobre possíveis encerramentos ao longo do tempo, a série de fato teve seu fim confirmado em março de 2014, durante uma coletiva de imprensa com a equipe. "Conseguimos programar esse final de forma madura – embora a gente fique triste, mas deixar saudade é um bom sinal", disse o diretor de núcleo e produtor, Guel Arraes, na época.
Mesmo tendo sido planejada para durar bem menos, a comédia familiar tomou proporções muito maiores do que o esperado graças à recepção extremamente bem-sucedida do público. A decisão de encerrá-la, como revelou Arraes em uma antiga entrevista ao Observatório da TV, foi da própria TV Globo.
“Não foi uma decepção, todo mundo estava torcendo para alguém decidir, eu não queria que caísse na minha mão. Claro que já houve briga interna, mas não foi isso que determinou e ninguém deu um ultimato. O elenco ficava muito dividido, pois tem vontade de fazer outras coisas”, explicou Guel.
O que acontece no último episódio de A Grande Família?
No capítulo final, os protagonistas recebem um convite inesperado da Globo, que – em uma brilhante metalinguagem – quer fazer um seriado chamado A Grande Família inspirado na própria família Silva. Na tal produção, os personagens são “interpretados” por outras figuras marcantes da emissora:
- Tony Ramos foi Lineu (Marco Nanini);
- Deborah Secco deu vida à Bebel (Guta Stresser);
- Glória Pires virou Nenê (Marieta Severo);
- Lázaro Ramos encarnou Agostinho (Pedro Cardoso);
- Marcelo Adnet interpretou Tuco (Lúcio Mauro Filho);
- Outras estrelas convidadas foram JP Rufino como Florianinho, Alexandre Borges como Paulão, Luana Piovani como Lurdinha, o próprio Tonico Pereira interpretando Mendonça, e Andréa Beltrão, que retornou ao papel de Marilda após ter deixado a série em 2009.
A Grande Família de 2001 foi um remake
Você provavelmente não sabe, mas a aclamada série é, na verdade, um remake! A Grande Família original, exibida entre 1972 e 1975, foi criada por Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa.
Essencialmente, as duas tramas seguem uma base bem semelhante: o dia a dia da família Silva, composta pelo patriarca Lineu (Jorge Dória), a matriarca Nenê (Eloísa Mafalda), os filhos Júnior (Osmar Prado) – que não existe na versão de 2001 –, Tuco (Luiz Armando Queiroz) e Bebel (Djenane Machado/Maria Cristina Nunes), seu marido Agostinho (Paulo Araújo), e o avô Floriano (Brandão Filho).
Em 1974, Oduvaldo morreu em decorrência de um câncer e foi substituído por Paulo Pontes, mas a equipe não conseguiu manter o ritmo original e a série acabou chegando ao fim no ano seguinte.
Anos depois, em 1987, a Globo organizou uma homenagem a Oduvaldo e exibiu um especial de Natal mostrando como estava a vida dos personagens após o encerramento da série. Nele, Bebel tinha se separado e apresentava seu novo namorado à família, Surrão – interpretado por Pedro Cardoso, que, curiosamente, acabaria fazendo Agostinho na segunda versão anos depois.
Dona Nenê quase teve um rosto bem diferente
Na segunda versão da série, a icônica Dona Nenê é, como sabemos, interpretada por Marieta Severo. Porém, a atriz não foi a primeira escolha para o papel – na verdade, a ideia inicial era chamar Marília Pêra. Algum tempo depois, os planos mudaram e Marieta foi convidada para estrelar o remake.
Na época, Severo interpretava a vilã Alma na novela Laços de Família, além de também atuar na peça de teatro Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. Mas, no fim, tudo deu certo: ela conseguiu terminar as gravações do folhetim de Manoel Carlos a tempo de embarcar em A Grande Família.
A Grande Família ganhou filme!
Você não leu errado: A Grande Família já ganhou até um filme! E, sim, ele conta com o elenco da versão de 2001. Lançado em 2007, o longa foi dirigido por Maurício Farias com roteiro de Cláudio Paiva.
Na trama, após retornar do enterro de um colega, Lineu se sente mal e vai ao médico, saindo de lá com a certeza quase absoluta de que morrerá em breve. Deprimido, ele esconde a situação da família e desiste de ir ao tradicional baile onde começou a namorar Nenê. Sem entender o que está acontecendo, ela decide provocar o marido e convida um ex-namorado, Carlinhos (Paulo Betti), para o evento.
A chegada de Carlinhos atiça Agostinho e Tuco, que buscam algum meio de se aproveitar dele – além de atrair a atenção de Marilda, que deseja conquistá-lo. A situação piora ainda mais quando Mendonça tenta melhorar seu ânimo ao envolvê-lo com uma nova funcionária, Marina (Dira Paes).
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