Em terceiro lugar entre as séries mais assistidas do Brasil, o dorama Hierarchy destronou as recentes quedinhas do catálogo, Geek Girl e Bridgerton. Mesmo com menos de uma semana, já se encontra no top 10 em 63 países.
Apesar dos bons resultados de exibição - muito comuns em épocas de lançamentos - um grande orçamento, reunindo um elenco já conhecido pelos fãs de k-drama e uma premissa escolar centrada em um misterioso assassinato que envolve alunos de diferentes classes socias, a nova aposta da Netflix tentou ser a Elite coreana, mas perdeu feio.
Focou em Elite mas acertou em decepção paras os fãs
Para os executivos, isso fazia muito sentido: Elite é um sucesso incrível para a plataforma, e os k-dramas são extremamente populares tanto no Oriente quanto no Ocidente. Tudo parecia estar a caminho de uma aposta segura e um sucesso estrondoso, mas o público que se interessou pela premissa, após assistir, compartilhou opiniões nada favoráveis.
Nas redes sociais, espectadores expressaram sua decepção com a série, alguns comentando que tanto o orçamento quanto o elenco foram desperdiçados, outros que o mistério é muito óbvio, e muitos criticando um roteiro superficial, com personagens com os quais é muito difícil se identificar.
Todas as características acima também podem ser atribuídas a Elite, que, no entanto, é devorada com muito prazer por espectadores ao redor do mundo, garantindo sete temporadas desde seu lançamento. A diferença entre as duas séries é cultural e crucial: o sexo.
Elite é espanhola e, como tantas outras produções europeias, não tem problema em mostrar sexo na tela, não poupando as cenas íntimas de seus personagens.
O apelo das cenas sexuais e como elas são introduzidas em uma trama exageradamente dramática geram um conjunto perfeito para um determinado público, o que também funcionou em outros territórios, como Euphoria.
Elite sem sexo daria certo?
Nos k-dramas, no entanto, o sexo é colocado propositalmente de escanteio. As produções coreanas têm um tipo de sensibilidade muito diferente, onde a construção da tensão romântica é mais importante do que mostrar os atos em si.
Nos k-dramas, os relacionamentos demoram muito para se concretizar, e quando isso acontece, ainda é de forma sutil, sendo o fato de dar as mãos e até mesmo um beijo o grande clímax do enredo principal.
Com o passar dos anos, algumas produções se atreveram a aumentar um pouco o nível de picância, mas fazem isso de uma maneira que os espectadores ocidentais ainda consideram puritana.
Elite: Sexo ou drogas? Que cenas são mais difíceis para os protagonistas?Em Hierarchy, há alguns beijos mais intensos, algumas cenas de personagens acordando juntos na cama e algumas conversas sobre sexo, mas o conjunto ainda é incrivelmente brando em comparação com algo como Elite, Euphoria e até Sex Education.
Com o sexo e a malícia fora da equação, a série coreana se torna algo muito mais digerível para os fãs desse tipo de produção, mas revela outros problemas que colidem igualmente com os valores dos fãs de k-drama: personagens superficiais, tramas mesquinhas, relações pouco realistas. O resultado é uma série que fica no meio do caminho em termos de afinidades culturais e que não parece convencer nenhuma de suas audiências.
Elite e Hierarchy estão disponíveis na Netflix.
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