O streaming mudou para sempre o consumo televisivo, mesmo assim ainda é capaz de atrair massivamente e até criar fenômenos. Embora nas redes sociais produções como Succession sejam muito comentadas, a sua atração ao nível da visualização não tem sido um fenômeno imparável que muda paradigmas. Porém, uma série sobre dinastias e duelos pelo poder se tornou um fenômeno na televisão. Estou falando de Yellowstone!
Um império cowboy em Yellowstone
O western de Taylor Sheridan se tornou uma sensação por sua mistura de thriller cru e melodrama puramente clássico, explorando um império orquestrado pelo personagem interpretado por Kevin Costner. As duas primeiras temporadas já estão disponíveis para transmissão na Netflix, embora a série inteira possa ser apreciada no Paramount+.
Na história da produção, John Dutton mantém o maior rancho de todos os Estados Unidos, o Yellowstone. Uma terra que todos querem ter em mãos, desde uma reserva indígena até o governo federal, mas John conhece os métodos para preservar seu império. Embora ele também tenha que lidar com o comportamento complexo de seus três filhos, que um dia deverão herdar o que sua família construiu ao longo de gerações.
Sheridan adota ainda mais a abordagem de faroeste que filmes escritos por ele como Sicario: Terra de Ninguém ou Terra Selvagem, explorando as tensões fronteiriças e até mesmo focando em personalidades complexas na forma de falsos cowboys que são o último bastião. Aqui a experiência dos Duttons tenta traçar estranhos paralelos com a experiência dos nativos americanos, anteriormente deslocados de suas terras.
Yellowstone: Poder e território
Não são nuances que ele mostra com o maior cuidado, mas em troca tem um grande grupo de personagens muito poderosos e também muito televisivos. O faturamento um tanto rígido da série em termos de fotografia é compensado pelo bom trabalho dos atores e cenário, que sabe modernizar os códigos do faroeste.
Claro que é preciso ter o cuidado de parecer um drama desse estilo, com uma aparência de suposto prestígio, mas a verdadeira forma de curtir Yellowstone é abordá-lo como o show grosso e machista que ele realmente é. Certamente sua semelhança com Succession é muito superficial, mas se essa for rebuscada demais para o seu gosto, então você tem tudo o que precisa neste faroeste cafona.