Percy Jackson e os Olimpianos chegou ao catálogo do Disney+ em conjunto da agitação dos fãs que aguardam por uma nova adaptação há muitos anos. Vendo parte desse sonho realizado - afinal, existem apenas três episódios disponíveis -, muitos passaram a notar algumas diferenças da série com o material de origem.
Apesar de ser um aspecto que costumeiramente enfurece uma parcela da audiência, mudanças de uma história transmídia são corriqueiras. Elas podem acontecer tanto para ajeitar a narrativa à linguagem como para acrescentar uma nova camada a tramas e personagens.
Percy Jackson e os Olimpianos: Após adaptações frustrantes e anos de suspense, série do Disney+ promete ser a realização de um sonho (Primeiras impressões)Veiculado na noite de terça-feira (26), o terceiro capítulo da produção apresenta uma das primeiras vilãs de O Ladrão de Raios: Medusa. Vista nos livros e no filme de 2010, a figura mitológica sempre foi vista apenas como antagonista, algo um pouco distante de sua verdadeira história na mitologia grega.
Originalmente, antes de se tornar uma górgona com poderes de petrificação, Medusa era uma mulher que fez voto de celibato por devoção à deusa da sabedoria, Atena. Em determinada noite, ela acaba se envolvendo em um encontro sexual com Poseidon, com quem tinha um relacionamento.
Em muitas versões, esse ocorrido não foi consensual, com a versão de que o deus do mar abusou de Medusa. Ainda assim, ela é transformada e, posteriormente, termina com o semideus Perseu matando-a e entregando sua cabeça para Atena.
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Como o livro de 2005 foi escrito para um público infanto-juvenil, esse trecho da história ficou de fora. Ainda assim, coisas semelhantes acontecem no desfecho, devido às ligações familiares da dupla de protagonistas: enquanto Percy é filho de Poseidon, Annabeth é filha de Atena.
Na série do Disney+, a superficialidade apresentada nas obras anteriores, no livro e no filme, é deixada de lado. De acordo com Rebecca Riordan, esposa do autor Rick Riordan e produtora executiva da produção, destacou que “a única razão pela qual Medusa não é mais desenvolvida nos livros é que era a narrativa de Percy e não temos a perspectiva dela”, lembrando que as histórias são escritas em primeira pessoa. “Foi uma das primeiras coisas sobre as quais conversamos, como não ter lentes patriarcais”, disse ela.
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“Quando era um menino de 12 anos, em 2005, não acho que ele tivesse capacidade para desconstruir o patriarcado. Ele estava olhando para isso como: 'Esta é uma mulher assustadora que está tentando me transformar em pedra'”, acrescenta Rick.
Medusa é mencionada no primeiro episódio pela mãe de Percy. “Nem todo mundo que parece um herói é um herói, e nem todo mundo que parece um monstro é um monstro”, diz Sally ao filho. Ao chegar no 3º capítulo, o trio de jovens encontra a górgona e mesmo percebendo o perigo, se refugiam com ela. Com raiva de Annabeth por sua relação com a deusa da sabedoria, Medusa conta a sua história.
Percy Jackson e os Olimpianos: Você pode não ter percebido, mas uma mudança na adaptação impactou bastante a história da série do Disney+"Se você sabe do que ela está falando, você sabe. Se você é muito jovem para participar dessa conversa, isso não o incomodará", afirmou o co-criador e co-showrunner da série, Jon Steinberg. "Você está apenas em uma cena sobre essa mulher que parece complicada."
Rick completa: “Existem muitas versões dos tempos antigos sobre o que aconteceu naquele templo com Medusa, Poseidon e Atena. Quem é o culpado? Quem é o agressor? Qual é a verdadeira história? É ficção, mas certamente é importante reconhecer que há abuso envolvido aqui. Abuso de poder."
A 1ª temporada de Percy Jackson e os Olimpianos terá 8 episódios, com divulgação semanal sempre nas noites de terça-feira.