Yoshiyuki Tomino é uma lenda no mundo dos animes por ser o criador da lendária franquia Gundam. O diretor e animador está no setor há mais de quarenta anos (e ainda está envolvido em projetos da Sunrise), então viu tudo o que mudou nos últimos anos.
Em entrevista ao jornal japonês Toyo Keizai, Tomino refletiu sobre a indústria de anime, que atualmente vive uma nova era de ouro da qual ele não acredita que possa restar muito.
De olho nos erros a evitar
Segundo o criador de Gundam, apesar das falhas que continua apresentando, a indústria de animes melhorou muito desde que ele começou a trabalhar. Principalmente porque as séries e filmes de animação japoneses são muito mais apreciados.
No passado eu tinha uma visão muito fechada do mundo. Sou independente neste setor há mais de quarenta anos, preocupado com as contas que tenho para pagar. Lembro-me de ir pagar meus impostos anuais e sempre que ia à repartição de finanças tive que explicar à equipe meu trabalho no ramo de animação. Mas agora não riem mais de mim no escritório. Com essa perspectiva, estou muito grato pelo status social que foi alcançado pela indústria.
E por mais que as coisas tenham melhorado, porque como diz Tomino, não é mais “estranho” se dedicar ao desenho e agora a indústria de anime é uma das que mais cresce... Isso faz dela também uma bolha que vai explodir em algum momento, assim como aconteceu com outras mídias.
A indústria da animação está num período muito próspero. Mas não é certeza que esta situação se mantenha no futuro. Talvez o boom continue por mais cinco ou seis anos, mas depois disso irá diminuir.
Segundo o criador de Gundam, a indústria continuará crescendo por alguns anos, mas depois inevitavelmente começará a cair. Tomino comentou ainda que “o boom da anime está no seu pico” e atravessa uma nova era de ouro graças às redes sociais e à tecnologia, embora também compare o possível futuro da indústria com o impacto decrescente que (na sua opinião) tem as estreias da Disney.
Tomino vê a Disney como um exemplo do que poderia acontecer na indústria de anime, já que segundo o animador, a extrema digitalização do estúdio (especialmente na mudança para CGI), fez com que seus últimos filmes fossem “chatos e deprimentes”. concentre-se mais em sucessos de bilheteria sem substância.
Mas o que Tomino sabe com certeza sobre o futuro do anime? Que os filmes de Hayao Miyazaki continuarão a ser apreciados como grandes clássicos.
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