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    Não é só Napoleão: Outra produção milionária também recebe críticas por "licença dramática enlouquecida"
    Maria Santos
    Maria Santos
    Maria Clara decidiu estudar audiovisual para juntar o melhor de todos os mundos. Apaixonada pelo cinema independente e também pelos famosos filmes da sessão da tarde, não dispensa indicações e nem julga um filme pela sinopse.

    Acontecimentos minuciosos e importantes foram ignorados ou alterados durante a produção, segundo as críticas.

    As produções baseadas em fatos reais parecem estar tirando um pouco da paz dos diretores e equipes envolvidas nos projetos. Após Ridley Scott receber uma enxurrada de críticas diante de sua liberdade criativa em seu último filme sobre o famoso Imperador Napoleão Bonaparte - e deu respostas diretas, diga-se de passagem - a nova temporada de The Crown também entrou na mira de críticas.

    Isso porque produção teria fugido demais dos acontecimentos mais minuciosos sobre o falecimento da princesa Diana (Elizabeth Debicki), segundo o ex-secretário de imprensa da Rainha, Dickie Arbiter.

    Não é a primeira vez que a famosa e milionária produção da Netflix tira o sono da Família Real com seus roteiros sobre o passado e segredos do Palácio de Buckingham, mas dessa vez Arbiter não ficou muito feliz com o resultado da sexta temporada e sua representação dos eventos relacionados à morte da Princesa Diana, compartilhando sua decepção em uma entrevista ao Deadline.

    6ª temporada foca no passado de Diana e Dickie Arbiter não aprovou as passagens sobre sua morte

    Netflix

    Dickie Arbiter trabalhou para a Rainha Elizabeth II durante o período retratado na sexta temporada e teve sua passagem na série retratada durante a quarta temporada, interpretado por David Phelan.

    O ex-secretário acusou o criador de The Crown, Peter Morgan, de seguir com uma "licença dramática descontrolada", em relação às cenas onde a morte de Diana é comunicada a seus filhos. "A sequência de Charles (Dominic West) contando a seus filhos sobre a morte da mãe deles foi tão insensível, foi tão desnecessária", relata o ex-secretário.

    As cenas do velório de Diana também não passaram despercebidas, já que Arbiter afirmou que estava encarregado dos arranjos midiáticos para aquela semana, desmentindo os acontecimentos discorridos na série, confirmando em entrevista que na verdade foi o irmão de Diana, Charles Spencer, e não a Rainha (Imelda Staunton), quem decidiu que ela deveria ter uma cerimônia pública supervisionada pelo Palácio de Buckingham.

    Spencer achava que, como Diana era uma figura pública, porque ela era muito popular e as pessoas a adoravam, deveria ser algo conduzido pela Família Real para torná-lo um evento público, em vez de um evento familiar privado

    Não é a primeira vez que Arbiter chama a atenção diante das escolhas da série para retratar a realidade da vida de cada personagem, ele ainda rebate que a Netflix deveria aplicar um aviso à série para deixar claro que os acontecimentos retratados são fortemente fictos.

    Em contraponto, Morgan, roteirista e idealizador da série, nunca compartilhou que a série da gigante do streaming tinha a intenção de ser uma representação fiel e inabalável da história. Até o momento, a Netflix não comentou sobre o caso.

    A primeira parte da sexta e última temporada já está disponível no catálogo da Netflix.

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