Os últimos meses não foram muito generosos com a Marvel nos cinemas e na TV. A enxurrada de lançamentos foi alvo de críticas tanto do público quanto da mídia especializada, somados os problemas com profissionais de efeitos especiais e até mesmo histórias fracas no emaranhado de projetos.
Ainda assim, é inegável o poder do estúdio em guiar milhões de fãs para a frente das telas, a fim de encontrar novas e poderosas encarnações de personagens vistos nos quadrinhos. Entre tantas produções, há uma série que não está, necessariamente, vinculada ao MCU, mas faz parte da nova era da editora no audiovisual.
Produzida para o Disney Channel, disponível no catálogo doDisney+ - que está com promoção especial por três meses - e já renovada para a segunda temporada, Garota da Lua e o Dinossauro Demônio é, sem nenhuma sombra de dúvidas, uma das melhores coisas que a Casa das Ideias lançou neste ano.
A série segue as aventuras da brilhante Lunella Lafayette, de 13 anos, e seu T-Rex de 10 toneladas. Depois que a jovem acidentalmente traz dinossauro ao presente por meio de um vórtice do tempo, a dupla trabalha em conjunto para proteger Lower East Side, Nova York.
Todo mundo vai morrer: Bastidores de Deadpool 3 revelam possível conexão com Loki e piada que não poderia ficar de fora do filmeA genialidade da trama está, principalmente, por apresentar uma história cheia de originalidade, enquanto dispensa as protocolares ligações com outras histórias da Marvel. Aquele ainda é o universo dos super-heróis - e eles são citados -, mas o crescimento de Lunella é sempre o principal foco da narrativa.
Com uma linguagem ágil e uma veia de humor refinada, com momentos bobos sem deixar de serem inteligentes, a série ainda ganha pontos por se aproveitar ao máximo da linguagem animada. As batalhas são recheadas de estilo, impulsionadas por uma trilha sonora que normalmente se guia pelo hip hop, R&B ou algum hit recente de artistas negros.
Os fãs pediram, a Marvel ouviu: Um dos maiores lançamentos de 2024 rejeita recurso usado exaustivamente pelo estúdio"Acho que para mim o que me trouxe para o projeto foi o cenário do que chamamos de momentos mixtape, onde temos diferentes momentos musicais e estilos visuais para cada episódio relacionados ao tema do episódio. A que mais me chama a atenção é a primeira, que é com "Sweatpants", faixa de Childish Gambino. Essa foi a nossa declaração e a nossa bandeira dizendo 'Isso é o que estamos fazendo, é para lá que vamos com o show, e aqui estamos!' Então, acho que esse momento, para mim, é o que realmente se destaca", disse Rodney Clouden, produtor-executivo da atração ao ScreenRant.
Todas as características da protagonista também são muito bem cuidadas durante os episódios. Isso se reflete no desejo dos criadores em manter a essência da personagem que, de certa forma, é pioneira em alguns aspectos.
"É também a importância de apenas trazer Lunella para a tela, porque ela é a primeira super-heroína adolescente afro-americana da Marvel, e dizer isso agora ainda é uma loucura, mas achei um aspecto muito importante trazer essa personagem para o mundo e para o mundo. A importância de mostrar o aspecto familiar e comunitário do espetáculo era muito importante para se ter por aí", destacou o produtor.
No Brasil, a primeira temporada conta com apenas quatro episódios, o primeiro especial tem quase uma hora, enquanto os demais tem 24 minutos cada. Ao todo, são 16 histórias em seu primeiro ano, porém ainda não há previsão para a chegada dos demais capítulos. Laurence Fishburne é um dos produtores dessa empreitada. O ator já esteve no MCU, em Homem-Formiga e a Vespa, no qual interpreta o Dr. Bill Foster, herói conhecido como Black Goliath.