Há uma série recente da Netflix que certamente todas as pessoas conhecem, quer tenham assistido ou não: Round 6. A produção original do streaming viu um grupo de cidadãos com necessidades financeiras competirem em jogos mortais por dinheiro - e tornou-se o título mais assistido da história da companhia.
Enquanto a greve dos atores e roteiristas continua a lutar por melhores direitos e compensação adequada nos Estados Unidos, Song Chang-gon, presidente do Sindicato dos Atores de Radiodifusão da Coreia, busca conseguir uma reunião com a Netflix. Ele alega que os atores sul-coreanos de sucessos recentes da plataforma vêm sendo extremamente mal pagos, tentando uma renegociação dos salários para acrescentar o chamado “residual income”, que é quando profissionais continuam a receber uma porcentagem do lucro mesmo após o término do trabalho.
“Uma das primeiras prioridades deles [Netflix] ao entrar no mercado local deve ser estabelecer algum canal de comunicação com grupos como nós", disse Song ao Los Angeles Times. “Mas não há resposta alguma”, completou.
Round 6 fez Netflix ganhar 700 milhões de euros, mas criador só viu "o suficiente para pôr comida na mesa"Considerando a tamanha popularidade de algumas produções coreanas do streaming (Uma Advogada Extraordinária, All of Us Are Dead, Sweet Home), pode parecer surpreendente que os astros estejam lutando para conseguir um encontro. Em declaração por escrito, a Netflix se defendeu ao afirmar que segue todas as leis e regulamentos locais, alegando ainda que, como serviço de streaming – e não uma emissora –, não é obrigada a pagar o salário residual.
“Uma pré-condição para essa conversa sobre resíduos foi a Netflix ter sucesso aqui", disse Kim Ju-ho, secretário geral do sindicato. “Eles ganharam muito dinheiro com o conteúdo sul-coreano. Agora é hora de nos encontrarmos”, pontuou.