Lançada como minissérie, mas também editada como filme, Carlos, o Chacal é a cinebiografia, de Olivier Assayas, sobre um dos mais temíveis terroristas da história. Uma das melhores ficções que explora criminosos da vida real, a produção conta com o impressionante Edgar Ramirez no exigente papel-título.
Ilich Ramírez Sánchez, que atende pelo codinome "Carlos", é um sombrio e indescritível terrorista venezuelano cuja vida é traçada enquanto ele executa dezenas de planos de assassinato, sequestros e atentados na Europa e no Oriente Médio. Por duas décadas ele é um dos terroristas mais procurados do mundo.
Na trama, somos levados a Paris em 1973, onde o jovem Ramírez Sánchez luta para provar que é um lutador da Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP), e terminamos com sua captura no Sudão em 1994. Entre um capítulo e outro, Carlos e seus companheiros causam estragos em Paris, invadem a sede da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em Viena e realizam outros atos de violência.
Embora os dois formatos disponíveis sejam bons, a minissérie é a que oferece a visualização e o estudo dos personagens mais satisfatoriamente. A partir de uma abordagem pouco convencional, mas muito biográfica, mostra como o terrorista venezuelano começa lutando por algumas ideias e termina como um mercenário oportunista que acredita estar acima de uma causa.
A minissérie se torna algo totalmente essencial graças a essa meticulosa construção em direção a um homem absolutamente vazio e perdido. A transformação física de Ramirez acaba por dar vida a um personagem inusitada, sobre a qual se podem sustentar vários capítulos emocionantes e complexos.