Uma obra-prima angustiante em formato de série está escondida no catálogo do HBO Max há muito tempo e, se você ainda não viu, chegou a hora de dar uma chance para It's a Sin. Apesar de ter estreado sem tanto barulho, a produção de 2021 tem tudo para te deixar roendo as unhas. Conheça a história:
O horror único de It's a Sin
Por trás do projeto está Russell T. Davies que reviveu o universo de ficção científica Doctor Who e emocionou com o angustiante drama de ficção científica Years and Years. It's a Sin foi dirigido por Peter Hoar, que mais recentemente quebrou o coração de inúmeros espectadores em The Last of Us.
Na série, acompanhamos um grupo de amigos – Ritchie (Olly Alexander), Colin (Callum Scott Howells), Roscoe (Omari Douglas) e Ash (Nathaniel Curtis), além de sua melhor amiga Jill (Lydia West) – durante um período da vida em que tudo muda. Eles dão seus primeiros passos como adultos, libertam-se de todas as restrições na grande cidade de Londres e desfrutam de sua liberdade recém-descoberta ao máximo em festas e na cama de outras pessoas.
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Mas, infelizmente, estamos na Grã-Bretanha no início dos anos 1980 e a circulação do vírus da AIDS começa a mudar tudo na sociedade. Inexoravelmente e com passos rápidos, a série se aprofunda cada vez mais em um capítulo sombrio da história LGBTQIA+.
Logo, o amor dos jovens personagens pela vida dá lugar ao puro horror quando, de um dia para o outro, pessoas começam a desaparecer. Agora, em meio à paranoia, ao medo e à ignorância, a morte é uma companheira constante para eles.
Uma série autêntica e absolutamente comovente
It's a Sin é um olhar instigante sobre os efeitos da crise da AIDS em diversas áreas da vida. Cada um dos personagens tem suas próprias experiências ao longo dos cinco episódios, e por isso a série é composta por uma grande colagem de diferentes histórias sobre homossexualidade em tempos de dificuldade.
O que torna a série tão especial, no entanto, não é o puro trauma. São os personagens principais escandalosamente charmosos, adoráveis e (principalmente) queer – incluindo Neil Patrick Harris como ator convidado. Os personagens atraem você e permitem que a pessoa espectadora se torne parte de sua comunidade. E então seus destinos o arrastam para o abismo emocional.
E esse abismo é profundo. Mesmo que os personagens sejam fictícios, suas histórias são autênticas e refletem a atitude em relação à vida e ao mundo das pessoas queer nos anos 1980 de uma forma inabalável e implacavelmente honesta. Eles incorporam memórias apagadas e vidas que poderiam ter sido vividas. Neste ponto, a série é imensamente dolorosa. Esteja preparado para ficar desidratado.
A mensagem de It's a Sin ainda é extremamente importante 40 anos após a crise da AIDS
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It's a Sin não é apenas uma série magistralmente escrita, mas também uma série muito importante. Mais de 40 anos após o início da crise da AIDS, o trauma coletivo da comunidade queer não deve ser esquecido.
A série nos lembra da busca por aceitação, por ajuda em uma sociedade que nega, trancafia, difama, declara os afetados pela crise da AIDS como inimigos. Para muitas pessoas queer, esse tempo foi marcado pela culpa – e pela vergonha imposta a elas pela política, mídia e sociedade. A homofobia e a estigmatização não desapareceram da sociedade até hoje e, assim, a mensagem ainda é altamente atual.