House of the Dragon conta uma história totalmente diferente daquela narrada por sua antecessora, Game of Thrones. Mas o fato de ambas as séries compartilharem um universo não só as torna absolutamente unidas por seus cenários e pelos sobrenomes de seus protagonistas, como também é impossível não encontrar referências constantes do spin-off à obra original. Da profecia de Aegon à famosa adaga de aço valiriano, passando por muitos elementos icônicos, como o crânio do dragão Balerion ou mesmo o Trono de Ferro.
Muitos dos elementos em House of the Dragon que nos lembram Game of Thrones são perfeitamente reconhecíveis para quem gostou de ambas as produções. Outros, no entanto, podem ser facilmente esquecidos. Um exemplo é encontrado no 10º e último episódio da 1ª temporada de House of the Dragon, em que uma das falas de Rhaenyra Targaryen (Emma D'Arcy) aponta diretamente para a inesquecível Daenerys Targaryen, interpretada por Emilia Clarke em Game of Thrones.
Você notou o aceno para a Mãe dos Dragões escondido nas palavras da filha do rei Viserys I Targaryen (Paddy Considine)? A "homenagem" em questão aconteceu depois que Rhaenyra descobriu que o Trono de Ferro tinha sido usurpado por Alicent Hightower (Olivia Cooke), seu pai Otto (Rhys Ifans) e seu filho Aegon II (Tom Glynn-Carney).
À medida que a guerra dos Pretos contra os Verdes se forma no horizonte, a herdeira legítima hesita em deflagrá-la. Como a própria diz, ela não quer "governar um reino de cinzas e ossos".
A declaração de Rhaenyra foi rapidamente ligada por muitos fãs a um importante momento de Game of Thrones, mais especificamente do segundo episódio da 7ª temporada. Em uma conversa com Olenna Tyrell (Diana Rigg), Daenerys proferiu uma frase semelhante: "Não estou aqui para ser a Rainha das Cinzas." Ela o fez em resposta às propostas beligerantes de seus conselheiros, que também incluíam Tyrion Lannister (Peter Dinklage) e Ellaria Sand (Indira Varma).
Infelizmente, Daenerys acabaria sucumbindo à sua raiva e reduzindo Porto Real a cinzas sob o olhar horrorizado de todos aqueles que a apoiavam. Afinal, durante a maior parte do seriado, Khaleesi deixou claro que queria reconquistar seu trono com a legitimidade que tinha sobre ele, e não com "golpe de dragões".
House of the Dragon: Todos os dragões que apareceram no spin-off de Game of Thrones (até agora)Sobre os sentimentos de Rhaenyra, o showrunner Ryan Condal esclareceu à Variety que, como aconteceu inicialmente com Daenerys, a filha de Viserys não parece tão disposta a acabar com tudo. "Ela está muito zangada. Ela não recua e diz: 'Não vou defender minha reivindicação de forma alguma'. Ela diz: 'Vou ser cautelosa e prática com os próximos passos que dou.'"
"Nós a vemos pesando suas decisões, pesando a responsabilidade que assumiu com As Crônicas de Gelo e Fogo e o que prometeu a seu pai, que manteria o reino unido e em paz como ele fez. Ao mesmo tempo, seu direito de primogenitura foi roubado", ponderou Condal. E continuou:
Ambas as coisas são opostas. Ela simplesmente não vai se precipitar em nada. O que estamos vendo é o que Viserys provavelmente viu nela, que ela é capaz de dar nuances a seus pensamentos e refletir sobre os problemas. Enquanto todos os homens ao redor da mesa, incluindo Daemon, só querem pular nos dragões imediatamente e queimar Porto Real, ela ainda não está pronta para isso. Mas isso não significa que vai fazê-lo.
As observações de Condal sobre o futuro de Rhaenyra trazem de volta algumas memórias ruins daquele episódio em que Daenerys incendiou a capital de Westeros e destruiu tudo em seu caminho, levando à sua própria ruína. Felizmente, ainda há muitas peças a serem movimentadas na chamada "Dança dos Dragões".