Por Roberto Cunha
Internado há cerca de um mês em um hospital da zona sul do Rio de Janeiro, faleceu no último sábado, 17, aos 88 anos, o ator e diretor Sérgio Britto, de vitima de insuficiência cardio-respiratória aguda.
Muito atuante no teatro, Britto fundou ao lado dos companheiros Ítalo Rossi, Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Gianni Ratto, o grupo teatral Teatro dos Sete, no final dos anos 50. Em 1978, "presenteou" os cariocas com o tradicional Teatro dos Quatro, na Gávea, onde montou e apresentou diversas peças. A casa de espetáculos, inclusive, não faz mais parte de seu patrimônio, mas será rebatizada com seu nome.
Estudante de Medicina que não concluiu o curso, ele foi diretor da primeira novela da Rede Globo, Ilusões Perdidas (1965) e seu primeiro filme foi a comédia O Comprador de Fazendas (1951). Ainda na televisão, atuou em diversas novelas e mini-séries famosas, como Escalada (1975), A Indomada (1997) e Memorial de Maria Moura (1994).
O dramaturgo era um amante da arte da interpretação, se aventurando no mundo da ópera, dirigindo "La Traviata" e também atuando em musicais, como "Ai, Ai, Brasil", já aos 80 anos. Com 65 anos de carreira, Britto lançou em 2010 o livro "O Teatro e Eu", fazendo um retrospectiva de sua história no meio que tanto amava.
No cinema, entre seus últimos trabalhos figura o drama O Maior Amor do Mundo (2006), de Cacá Diegues. Britto não teve filhos, mas certamente deixou órfãos vários amigos e admiradores de sua dedicação. O governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, decretou luto oficial de três dias pela morte do ator.