Morreu no último domingo, 2 de outubro, a atriz Sacheen Littlefeather, aos 75 anos. Em 1973, a artista foi vaiada ao recusar um Oscar em nome de Marlon Brando devido ao "tratamento reservado aos nativos americanos pela indústria cinematográfica".
“Foi minha primeira vez no Oscar. Superei meu primeiro obstáculo, prometendo a Marlon Brando que não tocaria naquele Oscar. Mas, ao sair daquele palco, eu o fiz nos caminhos da coragem, honra, graça, dignidade e veracidade. Eu o fiz à maneira dos meus ancestrais e à maneira das mulheres indígenas”, disse a atriz em recente entrevista à Variety.
Curiosamente, há duas semanas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas realizou um tributo a Littlefeather no museu de Los Angeles, a fim de pedir desculpas públicas pelo ocorrido há quase 50 anos.
Na ocasião, a atriz afirmou que subiu ao palco da honraria "como uma mulher indígena orgulhosa, com dignidade, com coragem, com graça e com humildade". "Eu sabia que tinha que dizer a verdade. Algumas pessoas podiam aceitar. E outras não", defendeu Sacheen.
A carta da Academia continha os seguintes dizeres: "Os maus-tratos que sofreu por causa dessa declaração foram gratuitos e injustificados", diz a carta de desculpas enviada em junho a Sacheen pelo então presidente da Academia, David Rubin. "A carga emocional que viveu e o custo na sua carreira na nossa indústria são irreparáveis."
Oscar 2022: Por que tantas pessoas brancas são indicadas? Mudanças ainda estão a caminhoA organização responsável pelo Oscar fez uma publicação em homenagem à artista, no qual recordou uma impactante frase da ativista: "Quando eu me for, sempre lembrem que cada vez que você defende sua verdade, você manterá minha voz e as vozes de nossas nações e povos".
Membro da Screen Actors' Guild, a carreira da atriz foi abalada pelo ocorrido de 1973. Littlefeather tem apenas sete créditos em longas-metragens - todos durante aquela década. Um documentário sobre sua vida e ativismo, Sacheen Breaking the Silence, foi lançado em 2021.