É indiscutível que Quentin Tarantino se tornou um dos maiores diretores de cinema da atualidade. Sua carreira começou em 1992, com Cães de Aluguel, e hoje soma nove filmes – entre eles sucessos como Kill Bill - Volume 1 (2003) e Volume 2 (2004), Bastardos Inglórios (2009) e Era uma Vez em… Hollywood (2019). Ao todo, recebeu oito indicações ao Oscar, com duas vitórias de Melhor Roteiro Original por Pulp Fiction (1994) e Django Livre (2012).
No entanto, parece que Tarantino não tem muita estima por outra lenda da sétima arte: François Truffaut, um dos expoentes da Nouvelle Vague francesa. De fato, em recente entrevista à revista Sight & Sound, Tarantino emitiu uma opinião polêmica sobre os trabalhos de Truffaut, que incluem clássicos como Os Incompreendidos (1959), Atirem no Pianista (1960) e Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (1962).
"Os thrillers de [Claude] Chabrol são drasticamente melhores do que os filmes abismais de Truffaut ao estilo de Hitchcock, que eu acho simplesmente horríveis", disparou ele.
Tarantino responde qual filme gostaria de ter dirigido – e sua escolha tem relação com Jogos Vorazes"De qualquer forma, não sou muito fã de Truffaut. Há algumas exceções, incluindo A História de Adèle H.", continuou Tarantino, referindo-se ao longa-metragem de 1975, estrelado por Isabelle Adjani.
"Mas, de modo geral, sinto com Truffaut o mesmo que sinto com Ed Wood [diretor americano]. Ele é um amador muito apaixonado e desastrado", completou Tarantino.
Vale lembrar que, em Era Uma Vez… em Hollywood, ele já havia cutucado Truffaut por meio do personagem de Brad Pitt. Na trama, Cliff Booth é dublê e amigo íntimo do ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio). Em um determinado momento, ele faz um extenso discurso sobre Os Incompreendidos e Jules e Jim, chamando este último de "uma m*rda".
Tarantino é fã de Peppa Pig: "Maior e melhor produção britânica da década"Palavras que, sem dúvida, dão margem para treta – e que sugerem que o realizador de Os Oito Odiados (2015) preferia ser da escola de Jean-Luc Godard, outro pilar do movimento cinematográfico francês que se popularizou no final da década de 1950 e atingiu seu ápice na primeira metade dos anos 1960.
Por sinal, o título do filme Bande à Part (1964), de Godard, inspirou o nome da produtora criada por Tarantino e Lawrence Bender: A Band Apart. A empresa funcionou de 1991 a 2006.