Responsável pela franquia Mad Max no cinema, o diretor George Miller conta uma história bem diferente em Three Thousand Years of Longing, seu novo filme estrelado por Idris Elba (O Esquadrão Suicida) e Tilda Swinton (Doutor Estranho). Mesclando comédia, drama e fantasia, a nova trama traz lendas e personagens mitológicos, incluindo um gênio da lâmpada interpretado por Elba e, com duas estrelas da Marvel e da DC no longa, o tema “super-heróis” surgiu em papo com o elenco no Festival de Cannes, que contou com a participação do AdoroCinema.
Em Three Thousand Years of Longing, a pesquisadora Alithea encontra acidentalmente um gênio da lâmpada que concede a ela três desejos em troca de sua própria liberdade. Os dois trocam uma conversa fantástica em um quarto de hotel, em que o gênio revela a prisão em que se encontra há milhares de anos. Para George Miller, a mitologia que dá base à história tem tudo a ver com o universo dos super-heróis no cinema e explica o sucesso.
“As histórias se transformam em outras coisas [ao longo do tempo]. É claro que os universos da Marvel e da DC são basicamente vestígios das mitologias grega, nórdica, romana… Há uma ligação direta entre seus personagens. Estamos em um período no qual nos expressamos através dessas histórias. Elas são ecos do passado, ‘formatadas’ para terem sentido para nós [no mundo atual]. Não é por acaso que são tão populares. Em 20 ou 30 anos serão diferentes, mas, de alguma forma, as mesmas histórias”, analisou o cineasta em coletiva de imprensa no Festival de Cannes.
Para Idris Elba, que interpretou o anti-herói Sanguinário na versão de 2021 do Esquadrão Suicida, seu novo personagem vai na contramão da jornada heroica propriamente dita. “Eu não definiria Djinn como um herói. Acho que ele é um espírito falho e acho que está longe de ser um. Mas quando encontra Alithea, ele é corajoso, percebe que o padrão como sempre fez as coisas não funcionaria agora, e tem algo de heroico em contar as histórias que ele nunca tinha contado antes”, disse.
O ator britânico, aliás, afirmou que seu papel em Three Thousand Years é diferente de outros trabalhos anteriores. “Outro dia alguém me disse que já fiz 100 filmes. Eu não tinha percebido e foi meio ‘uau’. Mas o que posso dizer é que nunca interpretei o mesmo personagem duas vezes. E é isso o que me guia. Quando escolho um papel, penso se é algo novo, se vai me fazer aprender algo”, comentou.
Idris Elba, cujo nome é um dos mais cotados para dar sequência à franquia 007 nos cinemas, revelou ainda que seu principal objetivo era interpretar um gênio da lâmpada ‘realista’. “Queríamos evitar qualquer tipo de clichê do gênio, na aparência ou na forma como ele fala. Tentamos construir um gênio que queria ser o mais humano possível”, explicou.
Por fim, o ator ainda brincou sobre quais são seus três desejos para um gênio da lâmpada. “Desejaria que o público saísse desse filme compreendendo o quanto aprendemos com histórias. E uma Ferrari elétrica”, brincou.
Three Thousand Years of Longing estreou no Festival de Cannes, mas ainda não tem previsão de estreia para os cinemas brasileiros.