Atualmente, Viola Davis é um dos nomes mais poderosos de Hollywood. Ela tem Oscar, Emmy, Tony Awards e o coração do povo, além de aclamação por sua filmografia. Mesmo assim, ela teve que passar por grandes ataques racistas durante sua jornada e está sempre falando abertamente sobre as diferenças de tratamento de diferentes raças nessa indústria ou protetstando contra a exploração sexual feminina. Ambos os tópicos são tema de seu livro de memórias Finding Me: A Memoir, que será lançado no fim de abril.
Viola Davis sofreu rejeição ao conquistar papel em How To Get Away With Murder
Em entrevista ao portal New York Times, Viola Davis revelou como sempre se sentiu insegura diante de ataques racistas, principalmente num mundo predominado por brancos, porém sua memória mais dolorosa surgiu quando foi escalada por Shonda Rhimes para estrelar a série How To Get Away With Murder. Ela contou como uma amiga ouviu pessoas negras dizendo que "Viola não era bonita o suficiente" para assumir tamanha protagonista.
Anteriormente, Davis já tinha ouvido que "era negra demais" ou "não tinha beleza clássica" para determinados papéis. Felizmente, ela não deixou que isso a impedisse de assumir uma de suas personagens mais famosas. Inclusive, pediu para os roteiristas de How To Get Away With Murder adicionarem a clássica cena onde Annalise Keating retira sua peruca e maquiagem.
"A indústria de cinema e TV está saturada de pessoas que acreditam estar escrevendo algo humano, mas não passam de truques", escreve Viola em seu livro de memórias. "Mas quando eu tirei a peruca naquele momento privado e brutal, junto com minha maquiagem, isso forçou que eles começassem a escrever para AQUELA mulher."
Viola Davis ganhou o Emmy por How To Get Away With Murder
Obviamente, tais pessoas estavam bem erradas e esse papel a transformou numa grande estrela de TV, que ganhava até US$ 450 mil por episódio. Tanto que Viola Davis se tornou a primeira mulher negra a ganhar o prêmio de melhor atriz dramática no Emmy Awards, onde fez um discurso que viralizou na internet. "Em meus sonhos e visões, eu via uma linha, e do outro lado da linha estavam campos verdes e floridos e lindas e belas mulheres brancas, que estendiam os braços para mim ao longo da linha, mas eu não poderia alcançá-las”, disse citando Harriet Tubman. "Deixem-me dizer uma coisa: a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem"
Desde então, a atriz venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante por Um Limite entre Nós, ainda apareceu em projetos renomados como As Viúvas, A Voz Suprema do Blues e O Esquadrão Suicida. Em breve, viverá uma rainha lutadora em The Woman King - segundo ela, esse filme "reflete todas as coisas que o mundo lhe dizia que eram limitantes: mulheres negras com cabelos crespos e encaracolados que eram mais escuras que um saco de papel, que eram guerreiras".
Viola Davis está voltando para as telinhas com The First Lady, onde interpreta Michelle Obama. A série começou a ser disponibilizada pelo Paramount+. Confira as primeiras impressões do AdoroCinema.